HOMENAGEM

'Menino Miguel': UFRPE cria Instituto voltado aos cuidados da infância à velhice em homenagem ao garoto

O Instituto será inaugurado em outubro

Larissa Lira
Larissa Lira
Publicado em 17/09/2020 às 6:42
 Alex Oliveira/JC Imagem
FOTO: Alex Oliveira/JC Imagem

Miguel Otávio, de 5 anos, no dia 2 de junho, morreu após cair do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, depois de ser deixado sozinho em um elevador pela patroa da sua mãe. O caso gerou comoção e repercussão nacional. Agora, o garoto será homenageado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

'Menino Miguel' será o nome de um Instituto voltado aos cuidados da infância a velhice da Universidade, que será inaugurado em outubro.

Na primeira etapa, o Instituto reunirá a Escola de Conselhos, os Núcleos do Cuidado Humano e de Envelhecimento, além do Observatório da Família.

"Acreditamos que a família é uma experiência. Quando se nasce, se nasce em meio à uma história, sociedade, cultura, classe e cor. Temos uma sociedade tão violenta e desigual que chega a ser indigesta. E isso não pode ser naturalizado. Sabemos que o Miguel é único, mas que a sua experiência não é individual. Ela é a experiência de vários outros que tem a sua chance de ser e existir limitada pela desigualdade”, justifica a coordenadora do Observatória da Família, professora Raquel Uchoa.

A mãe do menino Miguel, a empregada doméstica Mirtes Renata de Souza, vai participar das atividades do Instituto. A ideia é desenvolver pesquisas, projetos e propostas de políticas públicas que tragam bem estar à população.

Para o coordenador do Instituto Menino Miguel, professor Humberto Miranda, o Instituto possibilita que a Universidade esteja ainda mais perto das causas populares, e também mantém viva a memória de Miguel Otávio. “Essa memória não deve ser apagada, pois, assim como Miguel, Mirtes e Marta, há outras crianças, mães e avós que precisam ser escutadas. Dessa forma, Miguel vive”, enfatiza.

Música


A cantora e compositora Adriana Calcanhotto compôs uma música em memória de Miguel. A composição estará disponível nas plataformas digitais a partir desta quinta-feira (18) e os direitos autorais serão doados ao Instituto.

A letra da canção intitulada "Dois de Junho" começa com a frase: "no país negro e racista".