DESCASO

Homem de 280 kg consegue internação no Recife após ser recusado no Hospital Getúlio Vargas

José Antônio Amorim, de 51 anos, que teve internação recusada no Hospital Getúlio Vargas, foi internado nesta quarta-feira (23) no Hospital das Clínicas da UFPE

Yuri Nery
Yuri Nery
Publicado em 23/09/2020 às 18:33
Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

A odisséia do catador de material reciclável, José Antônio de Amorim, de 51 anos, por uma internação em uma unidade de saúde terminou de maneira positiva. Na tarde desta quarta-feira (23) ele conseguiu ser internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (hc-ufpe), na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife, depois de ter sido recusado no Hospital Getúlio Vargas.

José Antônio pesa 280 kg e sofre de elefantíase nas duas pernas. Na última segunda-feira (21) ele precisou ser retirado da própria casa, no bairro de Águas Brancas, em Vitória de Santo Antão, no Agreste do estado, para ser socorrido até o Hospital João Murilo porque não conseguia mais andar. Foram necessários pelo menos 10 militares do Corpo de Bombeiros e vários socorristas do Samu para conseguir transportar o catador, que tem obesidade mórbida.

O irmão do catador de recicláveis, Pedro Nascimento, explica que José Antônio não coube na ambulância e que foi necessário utilizar uma cadeira de ferro e uma caminhonete para transportá-lo até a unidade de saúde. “Foi muita agonia aqui na casa de mãe. Os bombeiros trouxeram uma ferramenta, colocaram ele, e a gente foi arrastando ele devagar, até chegar na sala. A equipe o levantou, ajudou”, disse.

Atendimento recusado e muita dificuldade

Ao chegar no Hospital João Murilo, José Antônio foi levado para a ala vermelha e colocado em uma maca improvisada. Nesta terça-feira, um novo drama. Por precisar de atendimento vascular com urgência, uma vez que se encontra com os membros inferiores bastante comprometidos por inflamações e feridas, ele foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas, localizado na capital pernambucana. Mas ao chegar na unidade de saúde, o paciente sequer foi retirado da ambulância porque o hospital se recusou a lhe dar assistência.

Marli Nascimento, irmã de José, está preocupada, já que ela e a mãe não conseguem cuidar dele sozinhas. “O estado dele está se agravando cada dia mais. Fez oito dias no último sábado que ele parou totalmente de andar. Não conseguiu mais porque ele disse que sentia sentia muita dor na perna, nos pés, embaixo dos pés”, relatou.

O Estado vai investigar

Sobre a recusa de atendimento ao paciente no Hospital Getúlio Vargas, o Governo de Pernambuco informou que vai investigar o caso.