Crime

Crimes de pedofilia crescem durante a pandemia; veja os sinais que as vítimas podem apresentar

Em 2020, a PF realizou 84 operações contra pedofilia; 32 pessoas foram presas 

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 25/09/2020 às 9:35
Imagem ilustrativa/Shutterstock
FOTO: Imagem ilustrativa/Shutterstock

A Polícia Federal alerta para os casos de pedofilia, que vêm crescendo tanto no Brasil quanto no estado de Pernambuco. De acordo com o órgão, que investiga os casos de combate à pedofilia, apenas esse ano, 84 operações foram realizadas e 32 pessoas foram presas envolvidas nesse tipo de crime no país.

O chefe de comunicação da Polícia Federal do estado, Giovani Santoro, falou que durante os meses de pandemia os casos de pedofilia cresceram.

“Infelizmente esses casos aumentaram durante a pandemia, não só aqui em Pernambuco como também no Brasil. Uma Associação de Combate a Pornografia Infantil na Internet divulgou um dado alarmante das denúncias que recebeu. Na segunda quinzena de março, que foi onde começou a pandemia, os casos aumentaram em 190% de recebimento de denúncias. Só nesse primeiro semestre, aumentou 89%, o que quer dizer que foram 42 mil denúncias”, relatou.

Pais e pessoas que cuidam de crianças têm que tomar cuidado e ficar atentos ao que eles estão acessando e vendo na internet.

Vítimas

Segundo Giovani, a maioria das vítimas são crianças do sexo feminino. “As vítimas são geralmente meninas, pois a grande probabilidade é de um pedófilo atacar uma criança do sexo feminino. Mas, na maioria das vezes, eles não escolhem suas vítimas. Quem aparecer interagindo com ele na internet pode ser uma potencial vítima”, contou.

O que caracteriza o crime?

De acordo com o chefe de comunicação da PF, vários aspectos caracterizam a pedofilia. Compartilhamento de uma foto com pornografia infantil, uma criança sendo molestada; Armazenamento no computador desse tipo de material; Produção de vídeos com esse conteúdo; Venda desses arquivos. Todos esses são considerados pornografia infantil pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Penas

Em relação as penas, de acordo com Giovani aqueles que possuem um arquivo de pornografia infantil em seu computador podem pegar quatro anos de reclusão. Já se esse arquivo for compartilhado nas redes sociais, a pena sobe para seis anos, sem fiança. Os crimes mais graves que são de produção desses vídeos, fotos e venda podem chegar até oito anos.

Cuidado com as crianças

O chefe de comunicação falou como que os pais ou responsáveis podem ficar atentos a suas crianças e perceber se os filhos podem estar sendo vítima desse tipo de crime.
“É preciso acompanhar a rotina dos filhos diariamente para ver o que mudou no comportamento deles. Por exemplo, a criança passa a ser triste ou a criança não chorava e agora passa a chorar. Ela também pode começar a não querer dormir tranquilamente a noite e acordar desesperada. Ou se um adulto se aproximar dela e ela tiver medo de ficar com aquele adulto”, orientou.

Santoro também alertou para os sinais físicos.
“Também começam aparecer hematomas principalmente na nos órgãos genitais da criança. Eles começam a ser agressivos, com uma linguagem principalmente sexual e incompatível com a faixa etária. Então, são todas essas características que os pais têm que estar atentos, para que no menor sinal de perigo eles possam encaminhar essa criança para o especialista, que no caso seria o psicólogo”, acrescentou.

Santoro ainda alertou que os pais precisam supervisionar e controlar o que os filhos fazem na internet. “A supervisão é saber o que a criança está fazendo na internet. Com quem fala, o que está compartilhando e com quem está interagindo, além do controle de que eles não podem ficar tanto tempo na internet.

Denúncias

Para realizar as denúncias, é preciso procurar a Polícia Federal, caso a pornografia seja exposta na internet, e também a gerência da proteção da criança e do adolescente, para que haja uma denúncia e a polícia possa iniciar uma investigação.

Giovani Santoro garantiu que a denúncia feita para a Polícia Federal é totalmente sigilosa.

De acordo com ele foram várias investigações e prisões este ano. “O grande trunfo desse ano, foi que prendemos um dos maiores propagadores de pornografia infantil na Deep Web. Inclusive, ele até aliciava as crianças na rua sobre o pretexto de dar brinquedos para elas em casa e chegava lá molestava essas crianças”, relatou.

Ouça a reportagem de Juliana Oliveira: