MEIO AMBIENTE

Lixão de Céu Azul, em Camaragibe, será fechado em outubro

O lixão é o último em atividade na Região Metropolitana do Recife

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 28/09/2020 às 17:51
Divulgação/ Prefeitura de Camaragibe
FOTO: Divulgação/ Prefeitura de Camaragibe

A Prefeitura de Camaragibe anunciou que o lixão localizado no bairro de Céu Azul, o último em atividade na Região Metropolitana do Recife, será encerrado na próxima quinta-feira (1º).

“O fechamento do lixão é extremamente importante para Camaragibe. Nós somos o único município da Região Metropolitana do Recife com lixão ainda não desativado, descumprindo a Lei do Resíduo Sólido e desobedecendo ao prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para fechamento (encerrado em 2014). São 12,47 hectares de área ocupados por resíduos que prejudicam o solo, o meio ambiente como um todo e a saúde dos catadores e pessoas que moram nas casas do entorno. A dificuldade financeira foi grande, mas enfim conseguimos dar este importante passo para a regularização da cidade”, disse a secretária de Infraestrutura e Serviços Públicos, Eryka Luna.

Ainda de acordo com Eryka, o município chegou a acumular multas ambientais, expedidas pela CPRH, por ter o lixão ainda em funcionamento, acarretando ainda mais despesa para o município. “Existia multa até de R$100 mil. Precisávamos realmente dar um basta nesta situação”, declarou.

A partir da data de fechamento, as 190 toneladas de lixo produzidas por dia pela população do município de Camaragibe serão destinadas à Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Igarassu, que venceu a licitação aberta neste ano. Para viabilização da utilização deste CTR, foi necessário o município realizar um projeto técnico para uma estação de transbordo, na qual os caminhões pequenos da cidade passam seus volumes às carretas e as mesmas levam os resíduos ao CTR - já que a Central encontra-se a certa distância de Camaragibe.

Catadores

Segundo a Prefeitura de Camaragibe, além da irregularidade funcional do lixão, no local, há hoje cerca de 90 catadores e junto a eles, crianças. A prefeitura vem realizando ações para capacitação, orientação e cadastramento dos catadores, a fim de conduzi-los a uma nova realidade. “Uma boa parte desses catadores, que entendem a necessidade do fechamento do lixão e querem novas oportunidades de trabalho, nós iremos trazer para que trabalhem na limpeza urbana do município; outros, dependendo da escolaridade, estamos buscando oportunidades de estágio, emprego. Os que ainda estão resistentes, o comitê gestor da prefeitura, criado para conduzir a parte social do fechamento do lixão, já está trabalhando junto com eles na conscientização, capacitação e orientação”, explicou o secretário de desenvolvimento econômico, Maurivan Tenório.

Linha do tempo

O Lixão de Céu Azul recebe desde 1991 todo lixo produzido pela cidade, seja domiciliar, volumosos (entulhos) ou resíduos de podação. Em 2006, ele chegou a ser transformado em aterro controlado e os catadores que ali trabalhavam foram retirados do local. Entretanto, em 2007 a operação foi interrompida e o, até então aterro, voltou a ser operado como lixão. No ano de 2013, os catadores retornaram ao local e, mesmo após retomado a cobertura do lixão com material inerte em 2017, o espaço seguiu funcionando indevidamente até os dias de hoje.