MOBILIDADE

Com pouca estrutura para ciclistas, articulador da Ameciclo aconselha apelar para empatia de motoristas

Esta semana, um ciclista morreu atropelado por um caminhão, na BR-101; motorista fugiu sem prestar socorro

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 01/10/2020 às 15:57
WELLINGTON LIMA / TV JORNAL
FOTO: WELLINGTON LIMA / TV JORNAL

Nos últimos dez anos, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, cerca de 14 mil ciclistas morreram no trânsito no país. Esta semana, o ciclista Diego Avelino Santana, de 22 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão, que na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, após ser assaltado por dois homens armados. O motorista fugiu sem prestar socorro. O articulador da Associação Metropolitana de Ciclistas (Ameciclo) Daniel Valença orienta que apelar para a empatia dos motoristas pode ser uma das formas de diminuir a insegurança para quem está pedalando.

“Fale para o seu amigo que usa automóvel, ou sua amiga, para seus parentes que você também é um ciclista. Diga que quando eles não prestam atenção no peso que esse veículo tem, na potência que ele tem e quando coloca isso frente a quem está pedalando eles estão colocando pessoas como você em risco. A empatia pode mudar isso Eu vi minha mãe mudar assim. Vi minha mãe reclamando com uma amiga porque ‘deu um fino’ num ciclista (...) A empatia é fundamental, mas a principal empatia vai chegar quando a pessoa que usa carro, um dia, sair para pedalar e ver o que acontece consigo enquanto pedala, e perceber o que estava fazendo sem nem perceber”, comentou.

No entanto, Daniel reforça que é importante apoiar movimentos que pedem uma estrutura melhor para os ciclistas. “Fortaleça esses movimentos que pedem por estrutura e segurança no trânsito. A Ameciclo é uma, mas tem o Bike Anjo, e muitas outras. Vamos tentar juntos, enquanto sociedade, transformar”, completou.

Pouca estrutura

O representante da Ameciclo critica a pouca estrutura para que usa as magrelas como meio de transporte. “A gente quase não tem estrutura. Teve um crescimento, sim, nos últimos anos, mas ela não está sendo colocada nas principais vias, como é o caso da BR-101, onde foi vitimado Diego Avelino. Lá está prevista uma estrutura cicloviária desde 2014 pelo Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife. Quando a gente passa para a sociedade que o ciclista só tem direito à via secundária a gente também está dando um recado para a sociedade que não é direito do ciclista usar aquela via com fluxo maior, velocidade maior. O que é um recado equivocado”, criticou.

Confira a entrevista completa: