VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

Consequências físicas e psicológicas da violência obstétrica afetam mãe, filho e familiares

Violência obstétrica nem sempre é explícita e pode afetar mulheres no período pré-natal, durante e após o nascimento do bebê

Yuri Nery
Yuri Nery
Publicado em 07/10/2020 às 17:03
Ilustrativa/Pixabay
FOTO: Ilustrativa/Pixabay

De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Perseu Abramo, 1 a cada 4 mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. Entretanto, essas violências podem acontecer também no pré-natal e no período pós-parto, como detalha a psicóloga Josie Zecchinelli.

“A violência obstétrica pode acontecer em qualquer momento do pré-natal, do parto, até mesmo no pós-parto. E ela tem a ver com essas situações de violência contra a mulher ou contra o bebê. Às vezes até contra o acompanhante”, disse.

Violência obstétrica nem sempre é explícita

Josie Zecchinelli destaca que a violência obstétrica não é só uma violência explícita, e nem é só violência física. “Ela pode acontecer em vários níveis. Pode está desde a ausência do acompanhante, de ser negado esse direito ao acompanhante. Ela pode acontecer através de ofensas, de negligência, de mau atendimento (...) intervenções desnecessárias, de desrespeito às evidências científicas, por exemplo, em relação ao que é melhor para a conduta de um parto. Ela pode acontecer de várias formas”, destacou.

Esse tipo de violência pode interferir não só do ponto de vista físico das mulheres, mas também psicológico, explica a psicóloga. “Interferem profundamente no processo fisiológico, que interferem fisicamente, na adaptação também psicológica a todo esse período perinatal. A gente tem ali um atravessamento. Algo que não necessariamente estaria acontecendo. E atravessa o físico, emocional e o psicológico dessa mulher, dessa família”, explicou.