FIM DE ANO

Confraternizações: Abrasel tem boa expectativa para bares e restaurantes

Pandemia da covid-19 afetou fortemente o setor de bares e restaurantes; mais da metade dos estabelecimentos opera no prejuízo, segundo a Abrasel

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 05/11/2020 às 18:58
Yacy Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Yacy Ribeiro/ JC Imagem

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), André Araújo, afirmou, em entrevista ao Balanço de Notícias, que o setor está otimista para as confraternizações de fim de ano. Apesar da pandemia da covid-19, o empresário garante que os estabelecimentos têm se organizado para atender os clientes de forma segura.

“Em relação ao final de ano, existe uma boa expectativa. Nós estamos esperando, principalmente o setor de eventos, que é muito ligado ao bar e ao restaurante, ele possa ser integrado [ao setor de bar e restaurante] e a gente consiga superar esse horário da meia noite e adequar todo nosso planejamento, inclusive réveillon, que começa à meia noite”, disse.

O empresário André Araújo comentou que os clientes estavam ansiosos para a retomada do setor e reconhece que alguns estabelecimentos não estão respeitando o protocolo criado. “As pessoas criaram muita expectativa e precisavam retomar a sua vida normal, evidentemente com todos os cuidados. Para isso foi criado o protocolo. Ele vem sendo aplicado e, na medida do possível, atendido. Evidentemente, vez ou outra, a gente tem recebido vídeos mostrando aglomerações, mas a Abrasel preza pela ética e compromisso com os protocolos. Nós queremos trabalhar de forma adequada e correta”, afirmou o presidente da Abrasel.

Prejuízos

Pesquisa realizada pela Abrasel mostra que mais da metade dos estabelecimentos do setor opera no prejuízo, mesmo com a retomada das atividades econômicas.

“Durante esse processo da pandemia se instalaram outros métodos de consumo. Ficamos fechados praticamente cinco meses, depois, com a extensão do horário, foi que começou a melhorar aos poucos. Evidentemente que a situação anterior, de fechamento total, deixava as empresas completamente inativas e sem fluxo de caixa. Não tínhamos outra opção. Mas, com a retomada, fomos percebendo que a luz estava muito mais além do que prevíamos. Tanto é que essa pesquisa atestou a dificuldade que o empresariado tem em equilibrar o seu negócio”, destacou o empresário, apontando que o delivery cresceu significativamente.

Ainda de acordo com André Araújo, muitos empresários não conseguiram reabrir seus negócios e outros não tiveram força suficiente pra manter o estabelecimento após a reabertura. “Muitos não conseguiram nem reabrir. Alguns poucos que tentaram reabrir morreram no meio do caminho e a gente chegou a um assustador número de 30% do setor encolhido, isso no Brasil inteiro”, lamentou.

André Araújo reclama da burocracia no Brasil. “O Brasil tem um campo burocrático que é único. O empresariado tem essa dificuldade de tentar equilibrar suas contas e pagar todas suas obrigações: folha de pessoal, insumos, matéria-prima, fornecedor, locação do imóvel, manutenção e, por fim, os impostos”, disse.