Investigação

Polícia conclui que morte de PM da Rádio Patrulha foi suicídio; familiares discordam e fazem protesto

Parentes de Igor Bernardo Gomes acreditam na possibilidade do caso ter sido um assassinato

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 02/12/2020 às 12:06
Reprodução/JC
FOTO: Reprodução/JC

Há exatamente um mês, o corpo de Igor Bernardo Gomes, policial militar da Rádio Patrulha foi encontrado sem vida dentro do seu próprio carro em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A morte do rapaz que tinha 24 anos ainda era um mistério, mas nesta quarta-feira (2) a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) encerrou as investigações do caso e concluiu que a causa foi suicídio. No entanto, familiares do PM contestam e questionam a versão da polícia.

O inquérito que aponta a morte de Igor como “ação suicida” foi conduzido pelo delegado Francisco Júnior Vasconcelos Santos, titular da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa (DDPP/DHPP).

Protesto

Nesta quarta-feira (2), antes do anúncio da polícia, parentes e amigos do PM haviam se reunido na manhã em frente ao Palácio Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, para cobrar justiça e mais agilidade nas investigações. Quando souberam da notícia dada pela PCPE, eles se dirigiram à delegacia.

Contestações

A mãe da vítima, Daniele dos Santos Silva, não acredita na possibilidade do filho ter cometido suicídio. Ela afirmou que irá acionar o Ministério Público para mais respostas.
"Eu vou até o fim da minha vida e vou mostrar ao delegado e à sociedade que meu filho não se matou", declarou.

Segundo ela, o caso o caso da morte de seu filho encerrou "sem provas".

"Eu vou atrás das provas de balística que o delegado não deu, não foi destravado o computador, não foi destravado o celular, não quis repassar os vídeos da rua. Meu advogado esteve na delegacia ontem, saiu às 17h30 e o delegado não tinha ainda as perícias concluídas, e agora disse que tem todas as provas", disse.

Daniele acredita que Igor foi assassinado. "Meu filho foi morto, e eu quero saber o motivo. Custe o que custar."

Através de nota a PCPE relatou que "a conclusão foi técnica, com lastro nas diligências realizadas e laudos periciais do Instituto de Criminalística e do Instituto de Medicina Legal". Eles também falaram na nota que mais detalhes sobre o caso serão divulgados nesta quinta-feira (3).

Confira a nota na íntegra:

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa (DDPP/DHPP), concluiu as investigações do caso do desaparecimento de um homem, , de 24 anos, que desapareceu no dia 24 de outubro de 2020 e foi encontrado sem vida no dia 02.11.2020, apontando-se como causa mortis Ação Suicida.
O Inquérito Policial teve o Delegado Especial de Polícia, Titular da DDPP, Francisco Júnior Vasconcelos Santos, como presidente das investigações. A conclusão foi técnica, com lastro nas diligências realizadas e laudos periciais do Instituto de Criminalística e do Instituto de Medicina Legal.
Mais detalhes sobre o caso serão fornecidos nesta quinta-feira (03), às 10h, em entrevista coletiva, no auditório da Sede Operacional da Polícia Civil (Prédio azul).