A disseminação de um novo variante do coronavírus no Sul do Reino Unido, foi a principal manchete de portais de notícias no mundo todo, durante os últimos dias. Começaram a surgir algumas dúvidas, como qual é a rapidez de propagação dessa variante e qual seria seu nível de gravidade. Segundo as autoridades de saúde britânicas, o vírus pode ser 70% mais transmissível que o coronavírus, mas não há evidências de uma maior letalidade.
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Mutações
O biólogo e virologista do Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, Anderson Brito, falou que mutações ocorrem sempre com os vírus, isso seria de acordo com ele, comum.
“As mutações são algo natural, o coronavírus por exemplo, ele acumula cerca de duas mutações por mês, e isso é algo que esperamos. Os vírus quando entram no nosso corpo, tem que fazer copias de si mesmo, e durante esse processo ocorrem esses erros de cópia, que são essas mutações no material genético do vírus”, explicou.
Segundo o biólogo não existe a necessidade de um grande alarme. “Não há necessidade de pânico quando ouvimos que o vírus está sofrendo mutações, pois isso já é esperado. A maioria dessas mutações, não são vantajosas ao vírus e são eliminadas, ou ficam ali por serem neutras, e uma minoria delas é o que trás alguma vantagem para o vírus”, destacou.
Vacinas
Anderson afirmou que as vacinas contra a covid-19 mantém a eficácia, mesmo após a mutação. Segundo ele, dificilmente uma única mutação isolada tornaria a vacina inútil.
“Não é assim, a vacina não vai cair de 95% para zero. Isso necessitaria de várias mutações que aconteceriam ao longo de vários meses. Mas, um ponto que devemos ter em mente é que as tecnologias de vacinas avançaram muito nos últimos anos. De forma que, se uma empresa farmacêutica quiser adaptar a sua vacina, para que ela abarque variantes virais mais recentes, podem fazer isso em questões de semanas”, disse o virologista.
Transmissão
De acordo com o biólogo a transmissão entre as pessoas é um fator que colabora para as mutações do vírus.
“O vírus entra na nossa célula e precisa fazer mutações do material genético. Então é como se ele precisasse digitar a mesma palavra um milhão de vezes, então vou haver erros, uma letra extra, remover letras, trocar letras. Com o vírus é basicamente a mesma coisa, a questão é quanto mais ele passa de uma pessoa para outra, mais chances estamos dando a ele de desenvolver aquela mutação super rara, que pode no final trazer percussões negativas para nós. A disseminação do vírus é basicamente determinada pelo comportamento humano”, relatou.
Confira a entrevista com o virologista Anderson Brito na íntegra:
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