Invasão anti-democrática

Jornalista pernambucana em Washington relata o que viu durante invasão ao Congresso americano

Fabíola Góes estava nas ruas de Washington e viu manifestantes comemorando invasão ao Congresso americano

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 07/01/2021 às 12:37
Saul LOEB/ AFP
FOTO: Saul LOEB/ AFP

Em entrevista ao Passando a Limpo da Rádio Jornal na manhã desta quinta-feira (7), a jornalista pernambucana Fabíola Góes, que está em Washington, nos Estados Unidos, relatou o que viu na tarde e noite da quarta-feira (6), quando manifestantes pró-Donald Trump e contrários ao presidente eleito Joe Biden invadiram o Congresso Americano.

“Desde cedo, havia muitos manifestantes. Eu peguei um metrô em Washington, mas não consegui descer na estação do Capitólio [prédio do centro legislativo] porque estava fechada. Precisei andar 10 minutos até lá. Tinha um grande número de pessoas, com faixas, alguns bebendo, com aquelas roupas bem típicas americanas. Eu não vi policiais no meio do povo. Vi poucos policiais”, observou Fabíola.

Ela lembra do momento em que o conflito do lado externo ao prédio começou. “O conflito começou por volta das 17h, quando a polícia resolveu jogar gás de pimenta e bombas de efeito moral. A gente não tinha noção do que estava acontecendo dentro do Capitólio”, disse.

Ainda de acordo com a jornalista, a invasão poderia ter sido evitada se o presidente Donald Trump tivesse convocado as forças nacionais de segurança. “[A guarda nacional] seria [como] o Exército brasileiro e eles deveriam ter evitado. Acho que foi uma falha absurda de segurança no Capitólio. Ouvi informações de que Trump não havia permitido o acesso da guarda para impedir essa invasão no principal símbolo da democracia, no mais importante país do mundo. Essa cena poderia ter sido evitada. [Sozinha] a segurança do capitólio não deu conta”, analisou Fabiola que já foi repórter em Brasília.

“Alguns manifestantes estavam felizes do lado de fora vendo fotos de como estava lá dentro. Foi uma cena muito impressionante”, relatou Fabíola. “O que mais me choca é que eram muitos brancos. Será que se a grande a maioria fosse de negros, eles atuariam da mesma forma?”, questionou a repórter.

Na invasão, quatro pessoas morreram.


Confira a entrevista com a repórter Fabiola Góes, na íntegra: