JUSTIÇA

Clínica em que pernambucana trans foi abandonada em incêndio não tinha extintor

Lorena Muniz, de 35 anos, foi deixada sozinha dentro do bloco cirúrgico e inalou muita fumaça; a pernambucana trans acabou morrendo

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 24/02/2021 às 17:30
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FOTO: Cortesia

A mãe e o marido da modelo pernambucana trans Lorena Muniz concederam entrevista coletiva, nesta quarta-feira (24). A senhora Elizângela Muniz e Washington Barbosa se uniram aos deputados estaduais de São Paulo na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) para pedir justiça pela jovem transexual, que morreu após ser abandonada numa clínica de estética durante um princípio de incêndio.

A mãe de Lorena expressou a revolta pelo fato de ninguém ter retirado a jovem da sala de cirurgia no momento do incêndio.

Elizangela Muniz pede justiça não só pela perda da filha, mas por todas as vítimas de negligência em clínicas de procedimentos estéticos.

Relembre o caso

Lorena Muniz, de 25 anos, morreu no último domingo (21), no Hospital das Clínicas de São Paulo. A modelo foi deixada sedada por cerca de sete minutos numa sala de cirurgia de uma clínica de procedimentos estéticos, onde seriam implantadas próteses de silicone, quando o incêndio começou.

Tratada como indigente

Durante a coletiva, a deputada Erica Malunguinho, do PSOL de São Paulo, afirmou que a jovem teria chegado ao hospital como indigente.

Clínica não tinha extintor

A Defensoria Pública de São Paulo informou que um inquérito foi aberto para investigar o caso. Segundo informações de testemunhas, a clínica não tinha sequer extintores de incêndio.

A defensora pública Isadora Brandão diz que vai solicitar à promotoria responsável pelo caso que avalie se toda a equipe da clínica cometeu algum tipo de crime no dia do incêndio.