auxílio emergencial

Mais de 28 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial em 2020 podem ficar sem receber o dinheiro em 2021, diz entidade

Em Pernambuco, quase 1,5 milhão de beneficiários do auxílio emergencial do ano passado, podem ficar de fora do programa neste ano

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 16/03/2021 às 7:52
Tião Siqueira/ JC Imagem
FOTO: Tião Siqueira/ JC Imagem

O auxílio emergencial 2021, que está sendo aguardado desde o início do ano por milhares de famílias de todo o país, deve chegar a 36,8 milhões de pessoas, segundo projeção do movimento Rede Renda Básica que Queremos. Se confirmada a estimativa, o novo auxílio emergencial vai deixar de fora 28,4 milhões de pessoas, que receberam o benefício no ano passado. Em Pernambuco, quase 1,5 milhão de pessoas que receberam o dinheiro em 2020 podem ficar sem receber o auxílio neste ano.

A Rede Renda Básica que Queremos reúne diversas entidades que apoiam o pagamento de uma renda mínima para a as famílias mais pobres nesta pandemia.

Com parcelas de R$ 600 e, depois, de R$ 300, o auxilio emergencial em 2020 chegou a 68,2 milhões de brasileiros. O número menor de pessoas atendidas pelo programa agora em 2021, se deve ao fato do governo destinar menos dinheiro para o pagamento do benefício.

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Em Pernambuco, por exemplo, 3.649.925 receberam o auxílio em 2020. A perspectiva da entidade é que, em 2021, 2.186.098 recebam o benefício no Estado.

O argumento do governo é que a situação fiscal do país impede o pagamento de um auxílio mais elevado. No ano passado, o governo federal gastou R$ 292,9 bilhões com o auxílio emergencial. Este ano, a ideia é gastar apenas R$ 44 bilhões.

A estimativa da Rede Renda Básica Que Queremos foi feita com base em dados do IBGE, do Ministério da Economia e do Ministério da Cidadania.

Para a diretora da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, o governo deveria fazer os pagamentos para todos que receberam o auxílio no ano passado.

Valor inadequado

"O que queremos é que o governo permita a inclusão de mais brasileiros no auxílio. São pessoas que não conseguiram se inscrever naquele prazo [do ano passado] mas que, com o agravamento da crise, perderam o emprego ou um ente da família que era responsável pelo sustento da casa", disse Carvalho, em entrevista ao UOL, criticando ainda os valores do novo auxílio, que devem variar entre R$ 150 e R$ 375.

“O valor não é nem 30% do que custa uma cesta básica hoje no Brasil. [O auxílio] não é uma forma de complementar a renda [dessas pessoas], e sim uma maneira de garantir direitos para que, enquanto a vacina não chega, essas famílias possam manter o distanciamento social e se proteger.”


O governo federal não quis comentar a reportagem do UOL.