PRISÃO

Um dos fundadores do PCC, Geleião morre de covid-19

Geleião fez parte da fundação do PCC, em 1993; ele estava preso havia mais de 41 anos

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 10/05/2021 às 15:30
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A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo informou que um dos fundadores do Primeiro Comando da Capital (PCC), José Márcio Felício, conhecido como Geleião, morreu após complicações da covid-19, nesta segunda-feira (10), no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, na cidade de São Paulo.

Segundo a SAP, o fundador do PCC estava internado desde o dia 9 de abril para tratamento da covid-19 e faleceu por volta das 6h30. Geleião estava preso ininterruptamente havia 41 anos e dez meses.

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Prisão e fundação do PCC

Geleião estava preso desde o dia 7 de julho de 1979. Ele e o comparsa José Rubens Dias, o Binho, tiveram a prisão preventiva decretada após serem acusados de roubar e estuprar uma estudante na zona leste de São Paulo. Os réus foram condenados a 12 anos, 11 meses e 25 dias.

Em 31 de agosto de 1993, ele e outros sete presos fundaram o PCC na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, no Vale do Paraíba. Os criminosos afirmavam que o grupo havia sido criado para “vingar a morte dos 111 presos no massacre do Carandiru”, uma referência ao maior massacre da história da carcerária brasileira. No dia 2 de outubro de 1992, a tropa de choque da Polícia Militar, ao tentar conter uma rebelião no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo, matou mais de 100 detentos.

O PCC surgiu em uma partida de futebol. Os oito detentos que fundaram a facção eram Ademar dos Santos (Dafé), Antônio Carlos dos Santos (Bicho Feio), Antonio Carlos Roberto da Paixão (Paixão), César Augusto Roris da Silva (Cesinha), Isaías Moreira do Nascimento (Isaías Esquisito), José Márcio Felício (Geleião), Misael Aparecido da Silva (Misa) e Wander Eduardo Ferreira (Eduardo Cara Gorda).

Posteriormente, Carlos Ambrósio, o Sombra, e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, juntaram-se aos fundadores do PCC. Este último assumiu o comando do grupo em 2002, após disputa interna com Geleião e Cesinha, considerados a ala mais “radical” da facção.