Um bebê de apenas 21 dias de nascido espera por um leito de UTI enquanto está intubado, em estado grave, na Emergência Pediátrica do Hospital Barão de Lucena, no Recife. O recém-nascido apresentou, no dia 4 de maio, cansaço, muita secreção e dificuldade para respirar. Foi quando a família decidiu levá-lo à UPA de Engenho Velho, em Jaboatão dos Guararapes.
No local, segundo contou o pai do bebê, Thiago Monteiro, os médicos teriam afirmado que o quadro dele exigia um suporte médio maior, sendo necessário transferi-lo ao Hospital Barão de Lucena. Mesmo diante da gravidade, para a surpresa do pai, o bebê de apenas 20 dias de vida encontra-se na emergência pediátrica do hospital por falta de vaga na UTI Neonatal.
A família já tem um documento assinado por um dos médicos da unidade para encaminhar o caso ao Ministério Público de Pernambuco. Mas enquanto um leito de terapia intensiva não surge, o pai teme uma piora no estado de saúde. Segundo ele, mesmo o filho tendo testado negativo para a covid-19, o risco de contrair o vírus ainda preocupa, já que o menino estaria em uma ala com muitas crianças de quadro semelhante.
A presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco tem acompanhado de perto a situação e relata alta demanda de pacientes na unidade e falta de equipamentos.
Nota do Hospital
Em nota, a direção do Hospital Barão de Lucena reconheceu a grande demanda de pacientes mas afirmou que vem garantindo o suporte necessário a todos que dão entrada na emergência. A unidade negou a falta de kits para intubação, insumos ou medicamentos e disse que aqueles que precisam de uti, enquanto aguardam um leito, recebem a devida assistência.
Sobre a denúncia de casos suspeitos de covid na emergência, a unidade afirmou que todo paciente com quadro de síndrome respiratória aguda grave precisa ficar em ala específica para realização de exame e aguardar a confirmação ou não da doença.
Caso seja descartada, há transferência para ala não covid. A direção comunicou ainda que a equipe de plantonistas foi reforçada em 75% para atender a demanda, que normalmente é maior entre os meses de março e junho, quando há aumento na incidência de vírus respiratórios.