IMUNIZAÇÃO

Por que a vacina da Pfizer é a preferida dos brasileiros? Ela tem maior eficácia contra a covid-19?

A primeira entrega de doses da vacina da Pfizer ao Ministério da Saúde ocorreu em 29 de abril de 2021

Atualizada em 14.06.21 às 18h45
Atualizada em 14.06.21
às 18h45
Publicado em 08/06/2021 às 15:38
Hélia Scheppa/SEI
FOTO: Hélia Scheppa/SEI

O Brasil tem, atualmente, três vacinas contra a covid-19 sendo usadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI): CoronaVac, AstraZeneca e a Pfizer/BioNTech. Com escassez de imunizantes, ainda há quem queira escolher qual a melhor vacina tomar contra a doença, e as doses da Pfizer têm sido as mais procuradas. A preocupação com as reações adversas causadas pela vacina da AstraZeneca estão impactando nesse movimento. No entanto, todos os imunizantes podem causar reações adversas.

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Em 23 de fevereiro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro definitivo à vacina para prevenção da covid-19 desenvolvida em parceria pelos laboratórios Pfizer e BioNTech.

O registro definitivo é a comprovação de que a segurança, qualidade e eficácia da vacina foram analisadas e atestadas pela equipe técnica da Anvisa. Em 19 de março de 2021 a Pfizer assinou com o Governo Federal um contrato que prevê a entrega de 100 milhões de doses até o final de 2021.

A primeira entrega de doses ao Ministério da Saúde ocorreu em 29 de abril de 2021.

No dia 11 de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a indicação da vacina Comirnaty, da Pfizer, para crianças com 12 anos de idade ou mais. Com isso, a bula da vacina passará a indicar essa nova faixa etária para o Brasil.

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Como a vacina da Pfizer funciona?

A vacina é baseada em mRNA, que usa RNA mensageiro sintético, que auxilia o organismo do indivíduo a gerar anticorpos e células de defesa que atuam contra o vírus SARS-CoV-2, possibilitando assim a proteção contra a covid-19.

Uma vez que o imunizante possui apenas uma parte sintética do material genético do vírus, e não o vírus em si, ela não provoca a doença covid-19 em quem a recebe.

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Quais as reações adversas causadas pela vacina da Pfizer?

Como todas as vacinas, essa também pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestam em todas as pessoas.

Reações muito comuns (ocorrem em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)

  • dor e inchaço no local de injeção
  • cansaço
  • dor de cabeça
  • diarreia
  • dor muscular
  • dor nas articulações
  • calafrios
  • febre

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)

  • vermelhidão no local de injeção
  • náusea
  • vômito

Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)

  • aumento dos gânglios linfáticos (ou ínguas)
  • reações de hipersensibilidade [por exemplo, erupção cutânea (lesão na pele), prurido (coceira), urticária (alergia da pele com forte coceira), angioedema (inchaço das partes mais profundas da pele ou da mucosa)]
  • sensação de mal estar
  • dor nos membros (braço)
  • insônia
  • prurido no local de injeção

Reação rara (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes)

  • paralisa facial aguda.
  • Desconhecida (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis)
  • reação alérgica grave (anafilaxia)

A empresa alerta que se tiver quaisquer efeitos adversos, o paciente deve falar com o médico, farmacêutico ou enfermeiro. Estes incluem quaisquer efeitos adversos possíveis não mencionados nesta bula. Ao comunicar os efeitos adversos pode ajudar a fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.

Qual a eficácia da vacina da Pfizer?

Segundo um novo estudo realizado em Israel com mais de 500 mil pessoas e publicado na revista científica americana Jama, a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech reduz em cerca de 51% o risco de infecções pela covid-19 entre 13 e 24 dias após a vacinação. Contra casos sintomáticos da doença, a vacina mostrou uma efetividade de 54%.

No entanto, os dados do estudo de Fase 3 demonstraram que, embora haja proteção parcial após a primeira dose, são necessárias duas doses da vacina para que o potencial máximo de proteção contra a covid-19 seja atingido.
Os resultados de eficácia global da vacina, de 95%, foram aferidos a partir de 7 dias da segunda dose do esquema vacinal.

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O médico e representante da regional pernambucana da Sociedade Brasileira de Imunização, Eduardo Jorge Fonseca, reforça, no entanto, que todas as vacinas são seguras e que o importante é receber o imunizante. "A melhor vacina é aquela que chegue no seu braço primeiro. Evidentemente que as vacinas têm plataformas diferentes. Com relação à eficácia, a vacina da Pfizer, que hoje é reservada às pessoas com comorbidades, grávidas e puérperas, essa demonstrou uma maior eficácia. Isso não significa que a CoronaVac e a AstraZeneca não protejam das formas graves”, garantiu o especialista em entrevista recente ao programa Balanço de Notícias.

Como a vacina da Pfizer deve ser armazenada?

A vacina pode ser armazenada a temperatura -90º C a -60º C por até 6 meses, entre -25º C a -15º C por um período único de 2 semanas e em temperatura de refrigerador entre 2º C a 8º C por até 31 dias. Para possibilitar o transporte aos diferentes países ou locais de aplicação, a Pfizer desenvolveu uma embalagem com potencial de armazenamento da vacina na temperatura necessária a base de gelo seco. Nesta embalagem, os frascos de vacina podem ser mantidos por até 30 dias, desde que a correta manutenção do gelo seco seja realizada.

Proteção contra a variante Delta

Um estudo realizado por autoridades de saúde da Inglaterra aponta que as vacinas Pfizer/BioNTech ou AstraZeneca/Oxford protegem efetivamente de uma hospitalização por causa da variante B.1.617 (Delta) do coronavírus, que foi identificada inicialmente na Índia.

A informação foi revelada no dia 14 de junho e, segundo a pesquisa da Public Health England (PHE), as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech protegem 96% contra as hospitalizações derivadas da variante Delta, enquanto o Oxford/AstraZeneca oferece uma eficácia de 92%.

De 12 de abril a 4 de junho, o estudo analisou os casos de 14.019 pessoas que contraíram essa variante, das quais 166 foram hospitalizadas. São "resultados comparáveis à eficácia da vacina na prevenção da hospitalização relacionada com a variante Alfa", surgida em dezembro na Inglaterra.