PANDEMIA

Vacinas da Pfizer e AstraZeneca têm eficácia contra variante Delta do coronavírus; veja o risco da cepa

Variante Delta foi identificada pela primeira vez na Índia

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 14/06/2021 às 16:56
Reprodução/Edmilson Tanaka
FOTO: Reprodução/Edmilson Tanaka

Um estudo realizado por autoridades de saúde da Inglaterra aponta que as vacinas Pfizer/BioNTech ou AstraZeneca/Oxford protegem efetivamente de uma hospitalização por causa da variante B.1.617 (Delta) do coronavírus, que foi identificada inicialmente na Índia.

A informação foi revelada nesta segunda-feira (14) e, segundo a pesquisa da Public Health England (PHE), as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech protegem 96% contra as hospitalizações derivadas da variante Delta, enquanto o Oxford/AstraZeneca oferece uma eficácia de 92%.

De 12 de abril a 4 de junho, o estudo analisou os casos de 14.019 pessoas que contraíram essa variante, das quais 166 foram hospitalizadas. São "resultados comparáveis à eficácia da vacina na prevenção da hospitalização relacionada com a variante Alfa", surgida em dezembro na Inglaterra.

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Reino Unido

Atualmente, a variante Delta, 60% mais contagiosa que a Alfa, é dominante no Reino Unido. Com quase 128.000 mortes por covid-19, o país é mais castigado da Europa pela pandemia.

Mais de 41,5 milhões de pessoas, o equivalente a quase 79% da população adulta do Reino Unido, já receberam ao menos uma primeira dose da vacina contra a covid-19. Deles, 29,8 milhões de pessoas - 56,6% dos adultos - já receberam as duas doses necessárias.

Segundo o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, o resultado da pesquisa mostra "como é crucial se vacinar pela segunda vez".

Sobre a variante Delta

A cepa B.1.617.2, oficialmente conhecida como variante Delta, foi detectada pela primeira vez na Índia em fevereiro. Atualmente, se tornou global. Para os especialistas, a cepa desencadeou a enorme onda de infecções observada em toda o país nos últimos dois meses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou B.1.617 e suas sublinhas, incluindo B.1.617.2, como "variantes de preocupação" em 10 de maio. Essa classificação significa que uma variante pode ser mais transmissível ou causar doenças mais graves, não responder ao tratamento, evitam a resposta imune ou deixam de ser diagnosticados por testes padrão.

A variante Delta foi a quarta a ser declarada uma "variante de preocupação" pela OMS; os outros são B.1.1.7, que foi visto pela primeira vez no Reino Unido e agora é conhecido como a variante Alpha; B.1.351, ou Beta, detectado pela primeira vez na África do Sul; e P.1, primeiro encontrado no Brasil e agora denominado Gamma.

Os especialistas acreditam que a cepa Delta é provavelmente mais transmissível e, segundo a Public Health England (PHE), as primeiras evidências sugerem que ela pode causar um risco aumentado de hospitalização em comparação com a cepa Alpha.