PANDEMIA

Opas alerta que transmissão da covid-19 no Brasil segue intensa e que não é hora de complacência

Brasil já ultrapassou a marca de 570 mil mortes por covid-19 desde o início da pandemia

Da Agência Brasil
Da Agência Brasil
Publicado em 18/08/2021 às 17:30
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse nesta quarta-feira (18) que, apesar de as taxas de internação por covid-19 estarem abaixo de 80% em todos os estados brasileiros pela primeira vez desde novembro de 2020, a transmissão do vírus no país segue intensa e não é hora de complacência.

Nesta terça-feira (17), o Brasil bateu a marca de 570 mil mortes em decorrência da covid-19. Em 24 horas, foram registrados 1.106 novos óbitos, totalizando 570.598 vidas perdidas para a pandemia. Na segunda (16), o número estava em 569.492.

Ainda há 3.576 óbitos em investigação uma vez que há casos em que o diagnóstico depende de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.

A quantidade de pessoas que contraíram covid-19 desde o início da pandemia subiu para 20.416.183. Entre a segunda e a terça, foram registrados 37.613 novos casos. Ainda há 532.039 casos em acompanhamento. O nome é dado para pessoas cuja condição de saúde é observada por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves.

Dados da Opas revelam que, na última semana, 1,4 milhões de casos e quase 20 mil óbitos por covid-19 foram registrados nas Américas. Em coletiva de imprensa virtual, Carissa lembrou que as taxas de infecção e mortes pela doença estão subindo rapidamente na região do Caribe – na Jamaica, por exemplo, os casos aumentaram 49% e as mortes, 70%.

“As infecções por covid-19 estão crescendo na América do Norte, onde a vigilância de rotina confirmou que a variante Delta se tornou a cepa dominante”, disse, ao citar que, nos Estados Unidos, o número de casos aumentou em mais de um terço e, no Canadá, em mais de 50%. No México, mais de dois terços dos estados foram classificados como de alto risco ou risco crítico, com hospitais superlotados.

Cobertura vacinal

Durante a coletiva, o diretor assistente da Opas, Jarbas Barbosa, lembrou que estudos iniciais indicavam que 70% de cobertura vacinal poderia ser um índice considerado adequado para controlar a transmissão do vírus. “Agora, novos modelos falam em 80% ou 85%”, explicou, ao citar que, para isso, será necessário imunizar também adolescentes e crianças.

“O que acontece é que é uma doença nova, um vírus novo. Há novas variantes, então, tudo o que temos hoje são modelos”, lembrou. “Não temos, até agora, nenhum país que alcançou 80% de pessoas com as duas doses da vacina, portanto, não temos dados fortes para comprovar qual a proporção necessária. Sabemos que é preciso vacinar muito”, completou.

Reinfecção

Questionado sobre casos de reinfecção pelo vírus, Barbosa lembrou que já está bem estabelecido que é possível pegar covid-19 mais de uma vez, seja por meio da mesma variante ou de cepas diferentes que estejam circulando. “Sabemos que a proteção oferecida pela infecção natural é limitada. Portanto, é muito importante, mesmo para as pessoas que já tiveram a doença, que tomem a vacina”.

“Algumas pessoas compartilham informações falsas dizendo que quem teve a infecção natural apresenta uma proteção melhor que a da vacina. Isso não é verdade. Mesmo as pessoas que já tiveram a doença precisam se vacinar”, concluiu.