Caso Suzane Von Richthofen

Confira o que disse o irmão de SUZANE VON RICHTHOFEN, Andreas, durante JULGAMENTO em 2006

Andreas von Richthofen tinha apenas 15 anos quando a irmã, Suzane, matou os pais

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Gabriel dos Santos

Publicado em 28/09/2021 às 9:10 | Atualizado em 30/10/2023 às 8:59
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Em 18 de julho de 2006, nenhum depoimento na Justiça brasileira chamou tanta atenção quanto o de um jovem loiro com visual de roqueiro, colhido no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

Naquele momento, toda a atenção se voltava para Andreas von Richthofen, que, quatro anos antes, viu a vida mudar, após a irmã, Suzane, arquitetar a morte dos pais, Manfred e Marísia.

Dezenove anos depois do crime brutal, o caso volta à tona com os lançamentos dos filmes "A menina que matou os pais" e "O menino que matou meus pais".

No julgamento que definiu a condenação de Suzane a 39 anos de prisão, Andreas foi responsável por desmentir a própria irmã.

Depoimento de Andreas von Richthofen

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo do dia seguinte ao depoimento de Andreas, o jovem, que estudava na Universidade de São Paulo (USP), usava "barba por fazer, cabelos longos, trajando calça cargo, blusa de lã e tênis".

Bonito, segundo o promotor de Justiça Nadir de Campos Júnior, "as moças da plateia" estavam comentando a aparência dele. A fala era uma tentativa de deixar o rapaz mais a vontade, segundo a reportagem. Logo, a maior vítima de todo o crime começou a falar e não poupou a irmã.

Andreas, que pediu para prestar depoimento sem a presença de Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos, deixou claro que não acreditava no arrependimento de Suzane e que não a perdoava.

Ele também afastou a hipótese de acreditar que ela abriria mão da herança dos pais. Andreas chegou a rir quando o advogado de defesa de Suzane disse que a jovem assinaria um documento desistindo da parte dela na fortuna deixada pelo engenheiro e pela médica.

Segundo Andreas, que na época do crime tinha 16 anos, foi Daniel - seu ex-instrutor de aeromodelismo - quem o iniciou no consumo de maconha. Ele também narrou que era muito ligado à irmã antes da morte dos pais.

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Herança da família von Richthofen

Boa parte do depoimento de Andreas, que no total durou 3 horas, foi sobre a fortuna da família. Ele classificou como "palhaçada" o pedido de Suzane que, de dentro da cadeia, ordenou uma contagem geral dos produtos que haviam na mansão dos von Richthofen.

"Talheres, louças, sofás, camas" foram contados a pedido da moça. Ele também alertou que a irmã tinha manobras para evitar que ele recebesse o dinheiro do seguro de vida feito pelo pai para os filhos. 

Suzane von Richthofen mentiu

Andreas desmentiu a irmã em pelo menos um grande ponto crucial: o uso de drogas. No depoimento, o jovem disse que Suzane não parecia drogada na noite do crime.

Ele esteve com ela antes dos homicídios (quando Suzane o levou até uma lan house para tirá-lo de casa) e depois, quando a imã foi buscá-lo no estabelecimento e voltaram para casa. Ao contrário disso, Suzane disse que estava sob efeito de entorpecentes no momento do crime.

Andréas Albert von Richthofen tinha 15 anos na época em que os pais foram assassinados
Andréas Albert von Richthofen tinha 16 anos na época em que os pais foram assassinados
Reprodução/ Internet

Também de acordo com Andreas, diferente do que os acusados queriam fazer crer, Manfred jamais foi um pai agressivo nem com eles nem com a esposa, Marísia.

O irmão de Suzane disse que a loira também o chantageava emocionalmente. Disse que chegou a visitar a irmã várias vezes no presídio, que a questionava do motivo do crime, mas que ela chorava e não falava sobre o assunto.

"Um dia, eu fui encontrar minha irmã na penitenciária e ela me obrigou a escrever esse bilhete", disse em referência de uma mensagem dele para ela em 22 de julho de 2003.

O bilhete dizia: "Querida Su! Estou morrendo de saudade. Você sabe que não tenho vindo te ver porque meu tio me proibiu de vir te ver. Você sabe que sou contra isso. Também sou contra o processo de exclusão de herança. Continuo do seu lado. Um beijo".

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Segundo Andreas, "Foi outra chantagem emocional. Ela disse que, se não tivesse direito à herança, não poderia pagar advogados. Que ficaria abandonada e não teria quem a defendesse". Com o tempo, "a ficha começou a cair aos poucos, e não quis mais contato", depôs o rapaz.

A última aparição de Andreas foi em 2017, quando foi flagrado sob efeitos de entorpecentes, tentando pular o muro de uma residência em São Paulo.

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