LUTO

'Os filhos dela são nossos filhos agora', diz irmão de funcionária assassinada em casa de rações em Abreu e Lima

Suzane Neves de Almeida foi baleada no dia 21 de setembro e não resistiu aos ferimentos.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 30/09/2021 às 18:42
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

O comerciante Roberto Ferreira, irmão da funcionária que morreu após ser baleada em uma Casa de Rações localizada em Abreu e Lima concedeu entrevista à reportagem da TV Jornal nesta quinta-feira (30). Abalado com o fato, ele revelou que ainda está sofrendo muito e falou sobre a forma cruel como a irmã foi morta. "Quando eu chego aqui é como se o ferimento abrisse de novo. Eu não estou ficando mais na loja como eu estava antes. Quando a gente chega em casa e vê a filha dela perguntando pela mãe, é muito doloroso. Nunca senti uma dor desse tamanho não. Nem eu, nem minha mãe. Da forma que ela foi morta", disse.

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A suspeita de ser mandante do crime foi presa nesta quinta (30). Ela tem 51 anos e é empresária, dona de uma casa de rações que fica próxima ao estabelecimento onde o crime aconteceu. Roberto é ex-funcionário dela e deixou o local para abrir o seu próprio comércio.

"Depois que falei que iria sair numa boa, na paz. Aparentemente, pareceu que ia ser tudo bem, mas não foi. Quando comecei na loja ela mandou furar os quatro pneus do meu carro. Esperava que isso fosse parar por aí, mas...", contou ele.

De acordo com a polícia, o fato do comércio de Roberto estar fazendo sucesso pode ter despertado o sentimento de vingança na empresária. O irmão da vítima era, inclusive, alvo. "A casa de ração prosperava e isso causou uma grande revolta entre ela e o companheiro dela, que se encontra recluso.

E fez com que eles arquitetassem o crime. Eles pretendiam também matar o irmão de Suzane, mas os algozes só encontraram Suzane. O crime foi uma execução covarde", relatou a delegada Stefany Azevedo.

A delegada revelou ainda que, para matar os dois, seria pago a quantia de R$25 mil aos dois executores. "Para matar um deles, foi pago a quantia de dez mil", contou.

Emocionado, o comerciante disse à reportagem da TV Jornal que os filhos da irmã agora também são seus filhos. "Quando eu saí daqui e vi que poderia ter sido comigo, penso que é como se eu tivesse ficado para fazer justiça. Eu abracei a causa toda, fiquei na delegacia o tempo todo. Os filhos dela estão com a gente. Agora são nossos filhos também", disse.

Veja no vídeo

As imagens foram registradas por câmeras de segurança do estabelecimento. A moça, conhecida como Suzana, estava no caixa da loja quando dois suspeitos invadem o local. Ao ser abordada, ela entrega o celular a um dos criminosos.

Em seguida, recolhe o dinheiro do caixa e entrega ao outro. No momento em que está retirando o relógio do pulso, os homens atiram contra ela.

A morte da vítima foi confirmada na noite do dia 21 de setembro, pela família. Ao sofrer a investida criminosa, Suzane foi socorrida para a UPA de Cruz de Rebouças e, em seguida, transferida para o Hospital da Restauração, na Área Central do Recife, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Prisões

Ao todo, oito pessoas estavam envolvidas no crime, entre elas, dois presos que já estavam reclusos na prisão. "A mandante e um dos executores já estão presos. Além dos autores do crime, ainda tem o apoio do motorista e uma pessoa que fica armada dando cobertura aos outros", revelou a delegada