A situação do ministro da Economia Paulo Guedes é delicada. De acordo com o jornalista Valdo Cruz, da GloboNews, a equipe do presidente Jair Bolsonaro busca opções de outras pessoas que possam substituir o "super-ministro". Segundo fontes ouvidas pelo repórter, Paulo Guedes "perdeu credibilidade".
Até a última atualização desta reportagem, Guedes seguia no governo, mas as fontes ouvidas por Valdo Cruz dizem que é necessário sondar outros nomes porque Paulo pode pedir demissão em breve. Na semana passada, o ministro disse que gostaria de permanecer no governo porque quer seguir aprovando reformas que sempre defendeu. No entanto, segundo Guedes, há um limite. Ele disse que se sentisse obrigado a adotar medidas que contrariassem a responsabilidade fiscal, ele não seguiria no posto. O governo tenta furar o teto de gastos para pagar Auxílio Brasil a milhares de pessoas. Críticos do governo dizem que essa seria uma manobra para dar mais popularidade a Bolsonaro.
Na quinta-feira (21), quatro secretários de Paulo Guedes pediram demissão por causa de manobras do governo para driblar o teto dos gastos. Pediram demissão o secretário de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo. Eles trabalhavam em setores diretamente ligados aos gastos públicos.
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Apesar de ser crítico de auxílios, para permanecer no cargo, Paulo Guedes tem defendido a proposta de Bolsonaro de que o Auxílio Brasil pague R$ 400 aos beneficiados. Anteriormente, a proposta da equipe econômica era de que o valor fosse de R$ 300, para respeitar o teto dos gastos.
Também de acordo com Valdo Cruz, a ala mais política do governo pede que Bolsonaro demita Paulo Guedes. Segundo esses ministros, Guedes não está entregando o que prometeu.
Bolsonaro sondando outros nomes
Na apuração, Valdo Cruz descobriu que emissários de Bolsonaro foram até São Paulo sondar outros possíveis nomes a ocuparem a pasta que, hoje, é de Paulo Guedes.
Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro foi bastante criticado por dizer, repetidas vezes, que não entendia nada de economia e que as perguntas referentes à área econômica deveriam ser feitas a Paulo Guedes. As falas de Bolsonaro preocupavam analistas que sabiam da possibilidade do ministro deixar o governo por diversos motivos.