PRESIDENTE

O que Bolsonaro falou sobre AIDS e vacinação contra a covid-19?

Na live, Bolsonaro afirma que dará uma notícia grave enquanto pega uma espécie de jornal. Especialistas no assunto já desmentiram a fala do presidente.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 24/10/2021 às 17:30
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Em sua live semanal na última quinta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) leu uma suposta notícia de que relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que as pessoas completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida, AIDS, "muito mais rápido que o previsto". Os médicos mais especializados no assunto do país já desmentiram a hipótese levantada pelo presidente. Clique aqui e entenda porque fala do presidente é mentirosa.

A afirmação do presidente ocorreu um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por nove crimes em função de sua conduta durante a pandemia. Na live, Bolsonaro afirma que dará uma notícia grave enquanto pega uma espécie de jornal. Ele diz que não fará comentários a respeito, mas cita que já falou do assunto no passado.

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Veja

 

"Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados - aqueles com 15 dias após a segunda dose - estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto. Recomendo que leiam a matéria. Não vou ler aqui porque posso ter problemas", disse o presidente.

Bolsonaro durante live na última quinta-feira (21).
Bolsonaro durante live na última quinta-feira (21).
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Nota Comitê de HIV/aids da SBI

Em nota, o Comitê de HIV/aids da SBI disse que "não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida". Esclareceu ainda que pessoas que vivem com HIV/aids devem ser completamente vacinadas contra a Covid-19.

"Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias", diz o texto, endossado pela Associação Médica Brasileira (AMB). "Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", completa.