Cada vez mais as pessoas são demandadas a trabalhar, desenvolvendo atividades de alto desempenho e elevada performance, em termos de produção e resultados. Trabalhar, se ocupar, produzir, são palavras capitais nas sociedades contemporâneas, onde tudo o que contradiga ou entre em rota de colisão com esses termos, tão-somente revelam ou assinalam o fracasso dos indivíduos.
O alarmante nisso tudo, nas sociedades contemporâneas, é que essas exigências de performance máxima, cada vez mais deixam de ser estabelecidas como exigências feitas pelas empresas e corporações, para serem estipuladas pelos próprios indivíduos, da forma mais natural e espontânea possível, entregando-se de corpo e alma as exigências do mercado de trabalho, como se fossem, e acabam sendo, exigências impostas pelo próprio indivíduo na busca da sua afirmação e realização pessoal
O que implica na doação e na entrega total de si, e da sua vida, em sentido amplo, as atividades laborativas de alto desempenho, de alta performance. Será que estamos realmente vivendo, como afirma o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, no que ele denomina de "a sociedade do cansaço e do esgotamento"? Qual o preço a pagar, se assim for? foi sobre assunto que o apresentador Marcelo Araújo conversou com o psicólogo Sylvio Ferreira no Movimento Cultural.
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