O jornal americano The New York Times, um dos mais influentes do mundo, ouviu de diplomatas brasileiros que a reunião com o presidente Jair Bolsonaro, na tarde da segunda-feira (18), causou muito incômodo.
Na reunião com embaixadores em Brasília, Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro. Como sempre faz, atacou - sem apresentar provas - as urnas de votação e mentiu acerca de uma palestra que, segundo Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso teria feito nos Estados Unidos sobre "como se livrar de um presidente".
Dois diplomatas presentes na reunião conversaram com o The New York Times e compararam as falas de Bolsonaro às do ex-presidente americano Donald Trump.
"Assim como Trump antes das eleições de 2020 nos Estados Unidos, Bolsonaro está atrás nas pesquisas. E, como Trump, Bolsonaro parecia estar desacreditando a votação antes que ela acontecesse, em um suposto esforço para aumentar a confiabilidade e a transparência", diz trecho da reportagem do jornal americano.
Ainda na reportagem, o New York Times alerta que Bolsonaro parece preparar o terreno para contestar o resultado das eleições - que ainda nem aconteceram.
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O jornal Washington Post também fez uma reportagem alertando que Bolsonaro não apresenta nenhuma prova para as acusações que faz.
Discurso de derrotado
Ao colunista do G1 Gerson Camarotti, integrantes da equipe de campanha de Bolsonaro à reeleição dizem que o discurso de Bolsonaro parece de "derrotado".
A equipe que prepara a campanha de Bolsonaro pede que o pré-candidato amenize esse discurso e o substitua por um pedido por mais transparência nas eleições.
Segundo Camarotti, os estrategistas da campanha do atual presidente dizem que esse tipo de discurso extremista só "prega para os convertidos" e faz o pré-candidato se afastar do objetivo que é furar a bolha bolsonarista e atrair outros eleitores.
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