No domingo (28), aconteceu o primeiro debate entre candidatos e candidatas à Presidência da República nas eleições de 2022.
Os candidatos que participaram foram: Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Felipe D'Avila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
O evento é organizado pelo pool de veículos de imprensa que reúne Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura.
O debate foi marcado por momentos de tensão e troca de farpas entre os candidatos. Alguns temas discutidos foram inflação, emprego, corrupção, vacinação e direito das mulheres.
DESTAQUES DO DEBATE PRESIDENCIAL
Confira os principais momentos do debate da Band:
BOLSONARO QUESTIONA LULA SOBRE CORRUPÇÃO
No primeiro bloco do debate, dedicado às perguntas diretas entre candidatos, Bolsonaro escolheu Lula para responder a uma questão sobre a corrupção na Petrobras.
"Delatores devolveram 6 bilhões de reais. Ou seja, corrupção houve. Presidente Lula, o senhor quer voltar ao poder para quê? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?", perguntou Bolsonaro.
Na resposta, Lula mencionou as diversas medidas tomadas contra corrupção, como a criação do Portal da Transparência, a Lei Anticorrupção e a lei contra lavagem de dinheiro.
"Não teve nenhum presidente da República que fez mais investigação para que a gente apurasse a corrupção do que nós fizemos", disse o ex-presidente.
No fim, Lula fez referência ao decreto do presidente que garante gastos do cartão corporativo não sejam divulgados.
"Hoje, qualquer coisinha é sigilo de 100 anos", disse Lula.
Logo, Bolsonaro rebate e chama o candidato de ex-presidiário. "Que moral tu tem pra falar de mim, ex-presidiário? Nenhuma moral."
Com a acusação, Lula teve oportunidade de uma nova resposta: "Fui julgado, considerado inocente pelo STF, pela ONU e estou aqui candidato para ganhar as eleições, e num decreto só vou apagar todos os seus sigilos", disse Lula.
CONFRONTO DE CIRO E LULA
A jornalista Patrícia Campos Mello questionou Lula sobre como conquistaria o apoio de Ciro em um possível segundo turno.
Ao declarar seu respeito a Ciro, candidato Lula responde: "Eu espero que o Ciro, nessas eleições, não vá para Paris, eu espero que o Ciro fique aqui no Brasil, que a gente sente para conversar e possa construir a verdadeira aliança política que ele sabe que vai ser construída."
Nessa fala, Lula faz alusão à viagem que Ciro fez a Paris após o primeiro turno das eleições de 2018. Setores da esquerda o julgam por ter "fugido" do confronto do segundo turno e não ter se posicionado contra Bolsonaro.
Em resposta, Ciro fala Lula de "encantador de serpente" e continua:
"Eu atribuo ao Lula a contradição econômica do Lula, a contradição moral do Lula e do PT o Bolsonaro. Eu não acho que o Bolsonaro desceu de Marte com essas contradições todas. O Bolsonaro foi um protesto absolutamente reconhecido respeitosamente por mim contra a devastadora crise econômica que o Lula e o PT produziram e que ele apaga."
'DOBRADINHA' DE SIMONE E SORAYA
No debate, Simone Tebet e Soraya Tronickle se uniram nas críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
Após Bolsonaro chamar a jornalista Vera Magalhães de "vergonha do jornalismo brasileiro", as duas candidatas repudiam o ato e defendem direito das mulheres.
"Temos que dar exemplo para as pessoas. Um exemplo que infelizmente o presidente não dá quando desrespeita as mulheres, fala mal das jornalistas, ataca e conta mentiras. Quero dizer ao presidente que fabrica fake news e diz inverdades: eu não tenho medo de você, dos seus robôs ou dos seus ministros" declarou Simone.
Soraya, por sua vez, afirmou que "não aceitava esse tipo de comportamento e xingamento" da parte de Bolsonaro.
Em seguida, ela fez um apelo para que a Polícia Federal reforçasse a sua segurança. "Do jeito que está, eu vou começar a entregar muita coisa aqui. Reforcem a minha segurança, delegado", disse ela.
D'ÁVILA CRITICA FUNDO ELEITORAL
O candidato Felipe D'Ávila e a candidata Soraya Thronicke guiaram um breve embate sobre a legitimidade do fundo eleitoral.
O fundo eleitoral é voltado exclusivamente ao financiamento de campanhas eleitorais e é distribuído somente no ano da eleição, garantido por recursos públicos.
Neste ano, a estimativa é que o fundo seja de R$ 5,7 bilhões. Para D'Ávila, o fundo é uma "excrescência".
"Que dignidade é essa de se aprovar o fundão eleitoral de R$ 5 bilhões? Tirar dinheiro da educação , da pobreza, atendimento médico, pra financiar campanha política? Pra todo mundo vir no debate de jatinho enquanto tem gente passando fome. Qual a dignidade de aprovar uma excrescência desse fundo eleitoral?", indagou o candidato.
Comentários