OPOSIÇÃO

Veja antes e depois: site de campanha bolsonarista recebe publicações críticas ao governo

As publicações em texto exploram os casos de corrupção que estão ligados ao nome de Bolsonaro

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 31/08/2022 às 10:50 | Atualizado em 31/08/2022 às 11:53
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Charge com Bolsonaro representado como Adolf Hitler aparece na página inicial do site - FOTO: Reprodução

Mais um entrave na campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) aconteceu após um site com o domínio "www.bolsonaro.com.br" se tornar uma plataforma de divulgação de notícias críticas ao atual presidente.

Na área principal da página virtual, o chefe do Executivo aparece em charges críticas, uma delas vestido como o líder do partido nazista Adolf Hitler, cercado por gados, termo usado pela oposição para representar o eleitorado de Bolsonaro.

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Autoria do site não é identificada no portal. Aba "Sobre" traz mensagem identificando o material publicado como "acervo jornalístico" - Reprodução

As publicações em texto exploram os casos de corrupção que estão ligados ao nome de Bolsonaro, como  a investigação da prática de rachadinha no gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e a distribuição de verbas do MEC a pastores.

O site também mostra uma contagem regressiva para o fim da primeira gestão do presidente, que se encerra em 31 de dezembro, caso não aconteça uma reeleição. 

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Bolsonaro nunca escondeu que é autoritário. Em suas três décadas como político, ele sempre apoiou a violência, a estupidez, e a quebra da ordem democrática
Trecho retirado de um dos textos publicados no site.

O presidente também é descrito como "Ameaça ao Brasil" no título de abertura do ambiente virtual. Os responsáveis afirmam que o site é "uma galeria de arte digital e acervo jornalístico relacionado à família Bolsonaro”.

Sem autoria identificada na plataforma, o portal também informa que o "site não é administrado e nem pertence à família Bolsonaro".

O domínio de fato não consta na lista de canais virtuais oficiais divulgados pelo presidente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no registro de sua candidatura à reeleição

No Twitter, rede social em que o site ganhou maior notoriedade, internautas afirmam que o registro do domínio não foi renovado, o que permitiu a aquisição por críticos do presidente. 

Em checagem realizada pelo UOL, uma atualização nos registros das páginas foi feita em 11 de agosto de 2022. O portal era usado anteriormente para divulgações e ações do governo Federal.

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A atual campanha de reeleição de Bolsonaro encontra dificuldades de conexão com um novo eleitorado, o que acontece devido à alta taxa de rejeição do presidente.

A pesquisa Datafolha, publicada em agosto, afirmou que 51% dos entrevistados não votariam para a reeleição do candidato do PL, contra apenas 37% que rejeitaram o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de votos.

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