PROTESTOS

BLOQUEIO DE CAMINHONEIROS: Após vitória de Lula, caminhoneiros fecham estradas em protesto

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) convocaram eleitores para protestos e interdições das principais estradas do país

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 31/10/2022 às 7:46 | Atualizado em 01/11/2022 às 8:00
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Reprodução / Twitter: @tossiro
Circulam informações falsas sobre paralisação de caminhoneiros programadas para esta sexta (18) - FOTO: Reprodução / Twitter: @tossiro

Ainda na noite de domingo (30), após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições para à presidência da República, caminhoneiros apoiadores do atual mandatário fecharam partes da BR-163 em Mato Grosso.

De acordo com os manifestantes, lideranças da classe também se organizaram para bloquear BRs em Minas Gerais, Bahia, Goiás e no Sul do Brasil.

Entre o final do domingo e a madrugada desta segunda (31), a BR-020, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, a BR-101 em Santa Catarina e a Via Dutra, no Rio de Janeiro, também tiveram trechos interditados por manifestantes.

Os eleitores do candidato do PL afirmam que não irão aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito democraticamente com 50,90% dos votos válidos, e pedem por uma intervenção militar.

“72 horas para o exército tomar conta [...] Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e só saímos da rua quando o Exército intervir. É o nosso futuro que está em jogo”, afirmou um dos integrantes do movimento em vídeo publicado na internet.

A estratégia dos que organizam os protestos é bloquear as rodovias com os próprios caminhões ou queimar pneus para impedir a passagem do tráfego.

Nas imagens divulgadas, grande parte das manifestações têm o hino nacional como trilha sonora, protestantes vestidos com a camisa do Brasil e com a bandeira do país junto ao corpo.

Os defensores de Jair Bolsonaro reivindicam o artigo 124 da Constituição Federal, que estabelece que as Forças Armadas "destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem". 

Neste caso, o artigo não pode ser usado, em nenhuma hipótese, para impedir ou tumultuar a posse de um presidente eleito de forma democrática.

Durante a madrugada desta segunda, o discurso antidemocrático e inconstitucional dos bolsonaristas foi rebatido, de forma indireta, pelo presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes.

“Agradeço as eleitoras e eleitores, pela demonstração de confiança na democracia, pela postura de paz, tranquilidade e respeito as posições diferentes. Somos todos brasileiros e, juntos, vamos construir um país cada vez melhor. O Brasil é um só. O nosso Brasil. Viva a Democracia”, disse Moraes.

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Em 2018, os caminhoneiros foram uma base importante de amparo para Bolsonaro. Entretanto, o apoio da categoria diminuiu no final do mandato, principalmente após os aumentos nos preços dos combustíveis.

Recentemente, Bolsonaro havia anunciado a antecipação do auxílio caminhoneiro, o que foi analisado como uma tentativa de impulsionar a campanha de reeleição e reestabelecer sua popularidade entre a categoria.

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