Protesto dos Caminhoneiros

QUAL O OBJETIVO DOS CAMINHONEIROS? O que protestos nas rodovias pode mudar no resultado das eleições?

Grupos independentes fecham rodovias para protestar contra derrota de Bolsonaro, mas protestos não são apoiados pela categoria; Líder dos caminhoneiros já parabenizou Lula pela vitória do último domingo

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 01/11/2022 às 9:45 | Atualizado em 01/11/2022 às 10:02
Notícia
Welington Lima / TV Jornal
BLOQUEIO NAS ESTRADAS HOJE? Veja situação das estradas nesta quarta-feira (23/11) - FOTO: Welington Lima / TV Jornal

Centenas de rodovias amanheceram bloqueadas por grupos de caminhoneiros nesta terça-feira (1º de novembro). Os manifestantes são contrários à derrota de Jair Bolsonaro nas urnas no último domingo (30), mas não são apoiados pela própria categoria. 

Há pontos de bloqueios em 271 rodovias federais, de acordo com balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no início da manhã. Os atos interditam importantes vias como a Marginal Tietê e a Regis Bittencourt, em São Paulo, a Fernão Dias, em Minas Gerais, e vários pontos da BR-101 em estados como o Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. 

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Em faixas expostas na frente dos caminhões em Parnamirim, na Grande Natal (RN), os manifestantes dizem querer "eleições limpas", palavras que foram repetidas por Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, enquanto questionava - sem apresentar provas - a lisura do processo eleitoral. 

PROTESTOS NÃO TEM APOIO DE LÍDERES DOS CAMINHONEIROS

Apesar de chamar atenção pela quantidade de bloqueios em todo o país, os protestos não são apoiados por líderes da categoria e são organizados por caminhoneiros independentes. De acordo com a PRF em Pernambuco, no estado, além de caminhoneiros, há também não caminhoneiros que participam dos movimentos. 

Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS) disse que a categoria não vai parar para protestar contra o resultado das eleições.

“A categoria não participa e nem participará de nenhum movimento de paralisação ou bloqueio de rodovias para protestar e questionar o resultado das eleições que elegeu o candidato Luiz Inácio Lula da Silva como novo Presidente do Brasil”, garantiu.

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O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, parabenizou Lula pela vitória contra Bolsonaro e atribuiu o protesto à "direita radical".

As manifestações que paralisaram as rodovias do país não são apoiadas por toda a categoria. A Confederação Nacional do Transporte (CNT), por exemplo, disse ser contra os bloqueios. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística também é contra o protesto.

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PRF e PMs devem desbloquear rodovias, ordena Justiça

Na madrugada desta terça-feira (1º), os ministros do Supremo Tribunal Federal formaram maioria para concordar com a decisão do ministro Alexandre de Moraes que ordena a PRF e Polícias Militares dos estados a desbloquearem as estradas. 

Na decisão, o STF informa que o diretor-geral da PRF pode ser condenado a pagar multa, caso desobedeça a ordem. 

Eleições seguras e respeitadas pelas instituições

Como as demais eleições do país desde a redemocratização, o escrutínio do último domingo (30/10) foi limpo e auditado, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral. 

Na manhã desta terça-feira (1º), o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que apoiou Jair Bolsonaro durante o segundo turno das eleições, garantiu que a Polícia Militar do Estado vai buscar desobstruir as rodovias locais. 

O governador disse que o eleito é Lula e que a decisão das urnas precisa ser respeitada por todos. 

Líderes mundiais, como o presidente americano Joe Biden, também já reconheceram a vitória de Lula. Presidentes da França, Itália, Canadá e Portugal também fizeram declarações em apoio ao petista. 

A Constituição Federal não prevê terceiro turno para eleições legais do Brasil. No último domingo, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com mais de 60 milhões de votos e tomará posse no próximo dia 1º de janeiro de 2023. 

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