GRAVIDADE

PAULINHA ABELHA EM COMA: entenda o que significa Escala de Glasgow 3

Paulinha Abelha, vocalista da Calcinha Preta, está em coma desde o dia 17 de fevereiro

Ísis Lima Pedro Lima
Ísis Lima
Pedro Lima
Publicado em 23/02/2022 às 17:51 | Atualizado em 23/02/2022 às 20:15
Notícia
Arquivo pessoal
Paulinha Abelha, cantora da Banda Calcinha Preta - FOTO: Arquivo pessoal

A cantora Paulinha Abelha está em coma no nível 3 na Escala de Glasgow. A informação foi confirmada nesta terça-feira (22) pela equipe médica que acompanha a evolução da vocalista da banda Calcinha Preta. Mas o que isso quer dizer? 

O Hospital Primavera, onde estava internada desde o dia 17 de fevereiro, comunicou o falecimento da cantora, de 43 anos, às 19h26 desta quarta-feira (23).

"O Hospital Primavera comunica, com pesar, que a cantora, Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, Paulinha Abelha, faleceu hoje às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico."

De acordo com o site Linhas de Cuidado, do Ministério da Saúde, é através dessa escala que é possível mensurar o nível de consciência dos pacientes.

Qual a situação de Paulinha Abelha?

O nível 3 na Escala de Glasgow, o caso da cantora Paulinha Abelha, se caracteriza como o mais profundo estágio de coma.

Quais os níveis da Escala de Glasgow? 

A Escala de Glasgow vai de 3 a 15. O paciente no nível 15 não tem nenhum grau de redução das funções cerebrais. Já aquele no nível 3 ele apresenta um estado de coma profundo, e não apresenta qualquer resposta ao exame físico específico. 

O Ministério da Saúde explica que há uma escala de pontuações que avalia o nível de consciência dos pacientes:

Abertura ocular: espontânea (4); à voz (3); à dor (2); nenhuma (1).

Resposta verbal: orientada (5); confusa (4); palavras inapropriadas (3); palavras incompreensíveis (2); nenhuma (1).

Resposta motora: obedece a comandos (6); localiza a dor (5); movimentos de retirada (4); flexão normal (3); extensão anormal (2); nenhuma (1).

Resposta pupilar: reação bilateral ao estímulo (2); apenas uma reage ao estímulo (1); nenhuma (0).

Os estímulos que obtiveram a melhor resposta do paciente devem ser marcados em cada um dos três tópicos da escala. Se algum fator impede o paciente de realizar a tarefa, é marcado NT (Não testável). As respostas correspondem a uma pontuação que irá indicar, de forma simples e prática, a situação do paciente (Ex: O4, V2, M1 e P0 significando respectivamente a nota para ocular, verbal, motora e pupilar, com resultado geral igual a 7).

Essas reações devem ser anotadas periodicamente para possibilitar uma visão geral do progresso ou deterioração do estado neurológico do paciente em coma. 

Como surgiu a Escala de Glasgow?

A Escala de Glasgow foi desenvolvida na década de 70. Em 1974 os neurologistas Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow, publicaram oficialmente a escala na revista Lancet.

O objetivo dos neurologistas era fornecer uma metodologia que apontasse tanto a profundidade do dano neurológico quanto a duração clínica de inconsciência e coma.

O método foi atualizado em 2018 e refinou a avaliação incluindo a análise das pupilas. 

Estado de saúde de Paulinha Abelha

A equipe médica que acompanha a cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta, atualizou o estado de saúde da artista em coletiva de imprensa, que foi transmitida ao vivo, nesta terça-feira (22), pelo Hospital Primavera, onde a artista está internada.

A coletiva foi realizada pelo Dr. Andre Luis Veiga, médico intensivista, Dr. Ricardo Leite, diretor técnico do Hospital Primavera, e Dr. Marcos Aurélio Alves, médico neurologista.

A cantora de 43 anos está internada desde o dia 11 de fevereiro. A cantora procurou um médico quando retornou a Aracaju, após passar mal durante uma turnê realizada em São Paulo. No mesmo dia ela foi internada no Hospital da Unimed de Aracaju.

No domingo (13), um comunicado oficial compartilhado na página do Instagram da cantora e da banda revelou que Paulinha Abelha havia dado entrada na unidade de terapia intensiva (UTI).

Desde o dia 17 de fevereiro, cantora está em coma. Nesse mesmo dia, Paulinha foi transferida para o Hospital Primavera, também em Aracaju.

A artista está no grau Glasgow 3, ou seja, a "mais grave do coma". Segundo revelou o neurologista Marcos Aurélio Alves, nesta terça-feira (22), o coma não está sendo causado por nenhuma bactéria neurológica

No boletim desta quarta-feira (23), o hospital informou que ela "segue internada em unidade de terapia intensiva. Mantém quadro neurológico inalterado em quadro de coma, sem necessidade de medicamentos para ajuste de pressão, respirando com suporte de aparelhos, mantendo a oxigenação adequada e necessitando de hemodiálise para ajuste de função renal. Segue realizando exames para avaliação e monitoramento contínuo das disfunções orgânicas (neurológica, hepática e renal)."

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