O pastor e ex-ator Guilherme de Pádua sofreu um infarto e morreu na noite deste domingo (6), em Belo Horizonte, Minas Gerais. Guilherme ficou conhecido não apenas pela carreira artística, mas principalmente por ter sido condenado pelo assassinato de Daniella Perez em 1992.
QUEM FOI GUILHERME DE PÁDUA?
Nascido em 2 de novembro de 1969 em Belo Horizonte, Minas Gerais, Guilherme de Pádua ficou conhecido pela carreira artística e principalmente pelo assassinato brutal da sua colega de trabalho Daniella Perez.
O mineiro se mudou para o Rio de Janeiro para se dedicar à carreira artística. Guilherme atuou no filme alemão de 1989 Via Appia, fez uma pequena participação na novela Mico Preto em 1990 e, atuou na novela De Corpo e Alma em 1992.
Durante as gravações da novela De Corpo e Alma, de autoria de Gloria Perez (mãe de Daniella Perez), Guilherme contracenou com Dani, que interpretava seu par romântico. O desenrolar do arco do personagem do ex-ator acendeu um alerta.
Amargurado por “perder espaço” na trama, Guilherme e sua ex-esposa grávida Paula Nogueira Thomaz (atualmente Paula Nogueira Peixoto) assassinaram Daniella em 1992. O então casal utilizou um instrumento perfurocortante (uma tesoura segundo o ex-ator, um punhal segundo o autor da autópsia).
Guilherme confessou o crime, e o casal foi preso imediatamente por homicídio duplamente qualificado. A pena determinada foi de 19 anos e 6 meses de cadeia.
Enquanto estava preso, Pádua escreveu o livro "História que o Brasil desconhece". O ex-ator pretendia lançá-lo durante a Bienal do Livro do Rio de 1995, mas uma liminar solicitada por Glória Perez suspendeu o lançamento e determinou a apreensão dos exemplares.
Glória também conseguiu uma decisão judicial determinando a Guilherme de Pádua e à editora a uma multa de 20 mil reais por cada dia em que a decisão não fosse cumprida, entre 20 de agosto de 1995 a 9 de abril de 1996.
A venda da obra foi proibida porque, de acordo com a decisão judicial, diminuiria a imagem e a honra de Daniella Perez. No entanto, o livro foi distribuído aos jurados pelo advogado de Glória como uma forma de provar as injúrias e difamações que o ex-ator fazia contra a vítima.
A repercussão do assassinato e uma campanha iniciada por Glória Perez fizeram com que o homicídio qualificado passasse a ser considerado crime hediondo.
Guilherme de Pádua foi solto em 14 de outubro de 1999, depois de ficar preso por 6 anos e 9 meses, tendo cumprido um terço da pena. O ex-ator se divorciou de Paula Thomaz ainda na prisão, e em março de 2000 se casou com a produtora de moda Paula Maia, a quem conheceu na igreja que frequentava.
Em 2014, o casamento de Guilherme e Paula Maia chegou ao fim. A ex-esposa afirmaria posteriormente, em 2015, para a imprensa que ele era "um grande manipulador".
Em 2016, Guilherme de Pádua foi condenado a pagar indenização de 500 salários mínimos (cerca de R$ 440 mil na época) à mãe, a escritora Glória Perez e ao marido da atriz, o ator Raul Gazolla.
O ex-ator também teve de arcar com as despesas de sepultamento e funeral de Daniella e com os custos processuais e honorários de advogados, valor estipulado em 10% sobre a condenação.
Em março de 2017, o ex-artista se casou pela terceira vez, com a estilista Juliana Lacerda. No mesmo ano, ele se tornou pastor na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte.
Em 2022, Guilherme de Pádua voltou aos holofotes devido ao documentário sobre a morte de Daniella Perez estreou na HBO Max. O pastor usou seu momento de visibilidade para pedir desculpas a Glória Perez e apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral.
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