Há dez anos, o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (Rio Grande do Sul), chocava o país. A história da tragédia que vitimou 242 pessoas e deixou 636 feridos ganhou dois documentários em janeiro deste ano.
Qual foi a causa do incêndio na boate Kiss?
O incêndio da boate Kiss aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, e foi provocado por uma série de ações humanas. Um sinalizador de uso externo utilizado pelo vocalista da banda soltou faíscas que atingiram o teto da boate, incendiando a espuma de isolamento acústico exigida pelo Ministério Público em Termo de Ajustamento e Conduta (TAC).
Os integrantes da banda e um segurança tentaram apagar as chamas com água e extintores, mas não obtiveram sucesso. Em cerca de três minutos, uma fumaça espessa se espalhou por todo o estabelecimento.
Os seguranças que estavam no palco e os seguranças que estavam na saída da boate não se comunicaram durante o incidente. Por isso, os seguranças da porta, que não sabiam do incêndio, inicialmente não permitiram que as pessoas saíssem pela única porta do local. Eles acreditavam que o tumulto se tratava de uma briga e que as pessoas estavam tentando sair sem pagar.
Muitas vítimas confundiram as portas dos banheiros com portas de emergência que dessem para a rua. No local, ficaram encurraladas e inalaram fumaça tóxica.
Quantos sobreviveram ao incêndio da boate Kiss?
Na noite do incêndio da boate Kiss, havia de 1.000 a 1.500 pessoas na casa noturna. Delas, 636 sobreviveram ao incêndio.
Condenados da boate Kiss estão presos?
Quatro pessoas chegaram a ser condenadas pelo incêndio da boate Kiss no final de 2021, mas a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em agosto do ano passado. Os recursos ainda tramitam em cortes superiores e um novo julgamento poderá ser realizado.
O Tribunal do Júri do Foro Central de Porto Alegre, em um julgamento que se prolongou por dez dias, condenou pela morte de 242 pessoas os quatro réus acusados do incêndio: os sócios Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.
As penas dos então condenados variavam de 18 a 22 anos de prisão. Contudo, no ano seguinte, a Justiça acolheu parte dos recursos das defesas e anulou o júri que condenou os quatro réus. Os motivos apontados vão de critérios para a escolha dos jurados a provas apresentadas supostamente sem prazo suficiente para análise da defesa, o que é contestado pelo juiz do caso.
Como está o processo da boate Kiss atualmente?
O processo do incêndio da boate Kiss está sob análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após um pedido do Ministério Público, que ingressou com embargos declaratórios contra a decisão de nulidade da 1.ª Câmara Criminal.
Se os recursos forem admitidos, eles seguirão para análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF).