mancha verde

SAMBA-ENREDO MANCHA VERDE CARNAVAL 2023: Veja a letra e horário do desfile da Mancha Verde

Veja o samba-enredo da Mancha Verde no Desfile das Escolas de Samba SP 2023.

Pedro Lima
Pedro Lima
Publicado em 16/02/2023 às 22:28
Reprodução/Instagram/@manchacarnaval
É a segunda vez que a Mancha Verde é campeã do Carnaval em São Paulo - FOTO: Reprodução/Instagram/@manchacarnaval

As escolas de samba do Grupo Especial de São Paulos e preparam para o Desfile de 2023. Uma delas é a Mancha Verde, com o samba-enredo "Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil"

No ano passado, a Escola foi campeã com o tema "Planeta Água".

HORÁRIO DO DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA DE SÃO PAULO

Em junho do ano passado, foi definido a ordem do Grupo Especial que vai desfilar no Sambódromo do Anhembi neste Carnaval 2023. A Mancha Verde entra na passarela no sábado, às 0h40 (de Brasília). Veja horário completo:

17/02: sexta-feira

  • 23h15: Independente Tricolor
  • 00h20: Acadêmicos do Tatuapé
  • 01h25: Barroco Zona Sul
  • 02h30: Unidos de Vila Maria
  • 03h35: Rosas de Ouro
  • 04h40: Tom Maior
  • 05h45: Gaviões da Fiel

18/02: Sábado

  • 22h30: Estrela do Terceiro Milênio
  • 23h35: Acadêmicos do Tucuruvi
  • 00h40: Mancha Verde
  • 01h45: Império de Casa Verde
  • 02h50: Mocidade Alegre
  • 03h55: Águia de Ouro
  • 05h00: Dragões da Real

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SAMBA-ENREDO MANCHA VERDE 2023

Conforme a sinopse da Escola de Samba, a Mancha Verde prepara uma viagem para a cultura e tradição do sertão de Pernambuco através do Xaxado, dança criada e difundida por Lampião e de seu bando.

O arrasta-pé era utilizado para comemorar vitórias nas batalhas. Veja a letra abaixo, em seguida o clipe oficial:

Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil

Eu nasci em Vila Bella
Entre carcarás, calangos e tatus
Originalmente, valente
À Serra Talhada, eu faço jus

Brenha marcada por um sol escaldante
Um cenário inebriante, terra seca de toda sorte
De macambiras, xique-xiques e mandacarus.

Eu vim de um solo sagrado,
Rachado e castigado pela estiagem,
Onde não tem água, mas sobra coragem
No âmago de um povo que sempre lutou.
Levantei poeira e tingi canela,
Até me tornar a dança mais bela
Que alguém já dançou.

Eu sou do tempo do cangaço
Herança de Lampião,
Onomatopeia de um passo
Tirado das sandálias ao tocar no chão,
Num chiado sutil e ritmado,
Que logo ganhou adesão.

Dançavam-me, comemorando vitórias
Do “bando” contra a oposição
Mulheres até então não entravam,
A dama era o rifle na mão

Aí, chegou Maria bonita,
Mulher arretada do “Capitão”,
Ganhei em formosura e beleza
Em toda caatinga virei atração.

E você que se interessou nessa história,
Humildemente, te peço atenção.
Se liga no que direi agora,
Para não haver confusão.

Uns dizem que fui criação indígena
Outros, do movimento de sachar feijão
Porém, surgi mesmo como “dança de guerra”,
Do cangaço, a mais pura expressão.

Eu fui “cabra da peste”
Dancei com destreza
Do corta jaca ao ataque e defesa,
Ostentando chapéu de couro, bornal e gibão,
Rico bordado florido de poesia
Bacamarte, cartucheira e facão,
Lenço colorido, enfeitando o pescoço
Cantil de cabaça, caneca e cordão,
Alpercatas empoeiras nos pés,
Protagonistas da dança em questão

E fui de natureza errante,
Mas como toda arte se sobrepõe à razão,
Logo me tornei relevante,
Deixando de ser coadjuvante,
Para fazer parte da memória,
O melhor trecho da história de Lampião

E já que toquei no assunto, te direi de coração:
A minha resiliência tem a ver com devoção,
Tanto quanto a fé ao meu “Padim Ciço”,
Que nunca me deixou na mão,
Amor peregrino, laços fortes,
Benção e religião.

E por conta dessa paixão que ostento no peito,
Desde então, com todo respeito,
Deixei de ser apenas invenção de “Virgulino”
Para cumprir o meu destino
Moda, costume e tradição.

E assim, eu sou
Do Mestre Vitalino, bonecos de Barro,
Na Literatura, Cordéis, Xilogravuras fiéis,
Genuíno relicário nordestino.

Oxente!
Sou “Mulher rendeira” dessa gente,
Que fez morada em toda parte,
Resistência, Cultura e arte,
Acompanhada de zabumba, triangulo e acordeão,
Sou “Dança de Cangaceiro”, ritmo contagiante
Que seduziu Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”
Sou a consagração
Do Mestre “Coruja” e seus Tangarás”,
Dos “Turunas da Mauricéia”, emboladas e muito mais,
Sou Música boa e diversão.
E numa época que a mulher não tinha vez,
Eu dei voz a “Majestade” Marinês,
Para o orgulho do meu sertão.

Eu sou baluarte forrozeiro, Assisão
Sou Xote, Forró e Baião,
Nos arraiais e nas minhas andanças,
Numa profusão de cores como nunca se viu,
Sou patrimônio imaterial de Pernambuco,
Sou o samba de raiz potente,
Mancha verde, Oxente!
Sou Xaxado, sou Nordeste, sou Brasil!

  • Compositores: Edson Gomes / Gilson Bernini