A capivara Filó se tornou assunto nas redes sociais neste fim de semana. O animal foi resgatado pelo influencer Agenor Tupinambá, que foi denunciado e multado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal.
Agenor entregou a capivara ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e estava tentando recorrer da decisão junto com a deputada federal Joana D’Arc.
O fazendeiro viralizou ao compartilhar a rotina com sua capivara de estimação nas redes sociais. Após repercussão dos vídeos, o influencer foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal e foi multado pelo Ibama.
Além disso, Agenor foi notificado a retirar todas as publicações feitas com o animal das redes sociais.
A CAPIVARA FILÓ FOI DEVOLVIDA PARA AGENOR?
A Justiça concedeu, no sábado (29), a guarda provisória da capivara Filó ao influencer Agenor Tupinambá. Todo o processo de regaste foi publicado nas redes da deputada Joana D’Arc, que ajudou o influenciador a recuperar a capivara.
Nas imagens, Agenor aparece reencontrando Filó após a determinação do órgão ambiental. Confira:
Capivara Filó é devolvida para influenciador do AM pic.twitter.com/0HUem6gcHW
— Só Mídias (@MidiasSo) April 30, 2023
Veja o comunicado do Ibama sobre a multa de Agenor
“Brasília (20/04/2023) – Durante operação de combate a irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre realizada em todo o país, o Ibama identificou perfis em redes sociais nos quais está caracterizada exploração indevida de animais. Uma delas, feita no dia 18 de abril, ganhou repercussão nacional, – o caso do influenciador digital Agenor Tupinambá. O jovem estudante de agronomia ficou conhecido por publicar vídeos em que interage com animais silvestres da Amazônia como cobras, capivara, preguiça-real, paca, papagaio, entre outros.
Ao analisar o conteúdo das redes sociais do estudante, agentes ambientais do Ibama constataram que os animais eram retirados da vida livre e exibidos em situações incompatíveis com os hábitos das espécies como por exemplo banho com produtos de higiene humana, uso de roupas e ornamentos. Devido a essas publicações onde Agenor aparece interagindo com animais silvestres, ele foi autuado por quatro motivos:
1 – Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor;
2 – Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real);
3 – Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio);
4 – Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro.
Ao autuar o jovem por práticas proibidas na legislação ambiental, o Ibama cumpre o papel de resguardar a fauna silvestre brasileira. A divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres.
Diante da situação, internautas saíram em defesa do jovem por acreditarem, com base no senso comum, que os animais estariam sendo bem tratados. No entanto, a introdução de hábitos típicos de ambiente doméstico em espécies silvestres inviabiliza capacidade de sobrevivência na natureza.
O Ibama defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre, onde prestam serviços ambientais de importância incalculável para a manutenção de um meio ambiente equilibrado. É bom esclarecer que o jovem foi multado pela morte da preguiça-real que estava em sua posse, fato vastamente divulgado nas redes sociais. Outra notificação do Ibama ao jovem foi o uso de imagens de animais silvestres com monetização pelas redes.
O Ibama não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. O Ibama irá, primeiramente, realizar uma diligência para averiguar o estado de saúde e condições dos animais. A partir de laudos técnicos dos fiscais, o Ibama tomará as medidas legais cabíveis.
Também é importante deixar claro que por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro a natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade. No caso de resgate de animais silvestres encontrados na natureza machucados ou filhotes, é necessário comunicar a posse para as instituições competentes e, assim, definir com base na lei o destino do animal silvestre”.
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