Náutico

Edno Melo: Estamos sem receita, a hora da torcida chegar junto é agora

"A gente vê o orgulho da torcida alvirrubra aflorar novamente, é gratificante, mas isso tem um preço"

Rádio Jornal
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Publicado em 13/03/2018 às 11:26

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Em conversa com Ralph de Carvalho, no Bate-Rebate desta terça-feira (13), o presidente do Náutico, Edno Melo, falou sobre a boa fase do time alvirrubro e também das dificuldades financeiras que o time tem vivido. Enquanto se encaminhava para uma vara da Justiça para desbloquear dinheiro e pagar jogadores, o dirigente declarou: "O momento do Náutico é bom, mas a luta por dinheiro continua".

Ouça entrevista completa de Edno Melo a Ralph de Carvalho:

O presidente foi bastante detalhista em relação à matemática com qual precisa lidar para quitar as dívidas e estar em dia com a folha salarial dos jogadores. O desafio, segundo o dirigente, é sobrar dinheiro depois de tantos abatimentos. "A primeira cota da Copa do Brasil foi R$ 500 mil. Você abate 5% de direito de arena, que é o sindicato dos jogadores, 5% de INSS e 6% da Federação Pernambucana. Então, já cai pra R$ 420 mil. Desse dinheiro, que a CBF deposita na 12° vara do trabalho, o juiz dá o desconto para pagar os acordos dos processos trabalhistas, e a gente fica com a metade. Mais ou menos 210 mil".

"Muita gente pensa que a gente está nadando em dinheiro, mas a realdade não é essa", garantiu.

Torcida ausente

O presidente falou que sente falta do apoio da torcida e que ela está falta com os jogadores. "Você vê que é um grupo aguerrido, um grupo dedicado, que está doando a vida dentro de campo. Você vê aquele jogo do Fluminense de Feira: Breno se jogando numa bola, Bruno defendendo tudo. Eu não vejo um motivo para a torcida não ir para campo hoje. O ingresso a R$ 15, um jogo contra o Bahia, de 16h, e a torcida não compareceu", lamentou.

E continuou: "Esse domingo colocamos ingresso a R$ 10, estacionamento a R$ 5. Vai ser uma quarta de final, o grupo está bem, vai ser um jogo decisivo amanhã. Eu estou muito confiante, a hora da torcida chegar junto é agora, a hora que o náutico está precisando dela é agora", insistiu.

"Ela tem que entender que a gente ta sem receita nenhuma, então a gente precisa do torcedor. A gente ta fazendo nossa parte, a gente ta se dedicando todos os dias, mudando a cara do clube".

Salários

Apesar do bom momento, o fantasma do atraso de salário é sempre presente. Mesmo assim, a equipe está focada e estimulada a ganhar. "A gente vê o orgulho do torcedor alvirrubro aflorando novamente e isso é gratificante, mas tem um preço. Eu recebi uma ligação do grupo e eu achava que eles iam cobrar salários. Mas, disseram: 'não quero que você fale de dinheiro nesse CT, quero dizer a você que a gente tá focado em ser campeão. Se tiver dinheiro você paga, a gente confia em você. "Isso me faz querer deixar tudo certo pra não ver ninguém desmotivado".

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