Homenagem

Adilson Couto: 10 anos de saudade do 'Grau 10 Internacional'

O narrador esportivo nos deixou no dia 28 de maio de 2009, mas tem sua trajetória lembrada pela família, por amigos e torcedores de futebol

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 28/05/2019 às 17:33
Acervo/JC Imagem
FOTO: Acervo/JC Imagem

Há 10 anos, o rádio esportivo ficou de luto com a notícia do falecimento de Adilson Couto. Ele estava de folga, quando foi vítima de um enfisema pulmonar, e morreu aos 62 anos de idade. O locutor escreveu sua história na crônica esportiva de Pernambucano, por mais de três décadas, com os bordões marcantes e a voz inconfundível. O 'Grau 10 Internacional', como era conhecido, fez parte do 'Escrete de Ouro' durante 17 anos seguidos.

"Muitas pessoas ainda vem comentar os gols dele, que gostava de escutar as narrações dele. Pessoas que nem escutaram na época, mas procuram agora e acham fantástico. Eu tenho uma admiração muito grande. Além dos ouvintes, as pessoas que trabalhavam com ele se inspiravam. Esse é o maior legado que ele deixou como profissional", aponta Marcela Couto, filha do narrador.

Relembre a emoção

Sport 2 x 0 Corinthians - Final da Copa do Brasil de 2008. Gol de Carlinhos Bala

Santa Cruz 2 x 0 Náutico - Final do Campeonato Pernambucano de 1995. Gol de Amarildo.

Santa Cruz 0 x 3 Náutico - Final do Campeonato Pernambucano de 2004. Gol de Jorge Henrique.

Saudade

Natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Adilson Couto iniciou a trajetória no rádio em 1967. Ainda em seu Estado natal, conheceu o comentarista Ralph de Carvalho, que lembra a vasta experiência em transmissões esportivas do 'Grau 10 Internacional'. "Um dos locutores de voz bonita e que tem uma trajetória, fez várias vezes a Copa do Mundo. Como pessoa, um ser humano extraordinário. Ele foi um colega tão bom, que a gente lembra toda a semana. A Rádio Jornal lança vinheta, a narração de um gol. Isso é saudade e ao mesmo tempo uma grande homenagem", conta.

Brasil 2 x 0 Alemanha - Final da Copa do Mundo de 2002. Gol de Ronaldo.

Ídolo

O dono dos bordões como o 'tem gente mexendo no placar', e 'o coração faz tum, tum tum de alegria', entre outros, inspirou Aroldo Costa a seguir o legado deixado. Oriundo de uma geração diferente, o 'Maior Gol do Mundo' conta que acompanhava as narrações de Adilson Couto na infância.

"Adilson couto era o locutor da minha infância. Eu ouvia quando jovem. Depois tive a oportunidade de trabalhar e observa ele como ídolo. Então era muito especial. Eu me recordo que eu iria para a estádio fazer as preliminares e quando eu acaba os jogos e passava a transmissão da partida principal, ele pedia para que eu ficasse", comenta.

Amizade

A última jornada esportiva dele aconteceu no dia 24 de maio de 2009, na partida entre Sport e Atlético-MG, na Ilha do Retiro. Mesmo sendo concorrente, em algum momento da carreira, o narrador Roberto Queiroz lembra do companheirismo do narrador. "Ele era fiel na narração do jogo. Tinha uma voz muito boa. Era um bom narrador e uma pessoa espetacular. Uma figura doce, amável. Gostava muito dele. Sempre foi um bom companheiro e um bom narrador. Eu convive com ele. Era um bom caráter e um bom amigo", afirma.

Conselheiro

O comentarista Maciel Júnior traz como memória os ensinamentos durante as viagens, que realizou com o 'Grau 10 Internacional', para cobrir os jogos do Sport na Copa do Brasil de 2008, quando o rubro-negro pernambucano se consagrou campeão, e como ele contagiava a arquibancada dos estádios.

"Conviver e trabalhar com Adilson foi uma grande honra e um ensinamento. Um dos narradores mais técnicos que escutei. Uma narração que trazia as pessoas para junto dele. Eu lembro que a narração dele os estádios se tornavam auditórios. Eu lembro que viajamos com o Sport e fizemos os dois jogos das finais e me chamava a atenção a maneira como ele ganhava a torcida", declara.

Confira a homenagem do integrantes do Escrete de Ouro, que trabalharam com o 'Grau 10 Internacional'.

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