Todos sabem que a loucura que é o calendário Brasileiro devido ao excesso de jogos. Em 2017, por exemplo, o Sport fez 80 jogos na temporada, perdendo apenas para a equipe do Flamengo com 84 jogos, enquanto na Europa a equipe que mais realizou partida foi o Manchester United com 64 jogos.
Esse excesso de partidas, principalmente no primeiro semestre, dificulta o nível de competitividade em algumas competições e o principal afetado acaba sendo o Campeonato Estadual devido a baixa premiação - as equipes acabam priorizando outra competições de maior atrativo técnico e financeiro.
Ouça a entrevista na íntegra:
Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) Evandro Carvalho, revela que, na busca por mais datas no calendário, tentou fazer a realização da Copa do Nordeste no segundo semestre.
“Nós temos um grande problema no Brasil, que se agravou nos últimos anos, com a decisão judicial que obrigou a CBF a cessão de 12 datas no primeiro semestre, nós tentamos levar a Copa do Nordeste para o segundo semestre, mas a Liga não aprovou. Isso gera uma incapacidade física (para os jogadores desempenharem o melhor futebol)”, disse o presidente.
O Estadual é o principal produto?
Historicamente a importância dos campeonatos estaduais é incontestável, mas atualmente o que nós vemos é um cenário completamente distinto de alguns anos atrás. Muito por conta do poder de investimento de outros campeonatos, como Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Sulamericana e Libertadores.
A Copa do Brasil paga pelo menos R$ 545 mil apenas para disputar a primeira fase da competição - os valores variam até R$1,1 milhão a depender do ranking de cada clube - e os valores aumentam gradativamente com as equipes passando de fase, podendo totalizar até R$ 72,8 milhões.
"Para mim, nós temos o principal produto", diz Evandro Carvalho sobre o Estadual
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— Rádio Jornal (@radiojornalpe) February 11, 2020
A Copa do Nordeste as equipes também são divididas de acordo com o ranking e os valores variam de R$ 775 mil até R$ 2,2 milhões apenas para disputar a primeira fase, além de pagar premiações ao jogar as fases seguintes.
No Campeonato Pernambucano, a premiação é de R$ 1 milhão para as três equipes grandes disputarem toda a competição e mais R$ 1 milhão para ser divididos entre as equipes intermediárias. Dados do Blog de Cassio Zirpoli. Mesmo com esse baixo valor pago, o presidente da Federação Pernambucana valoriza a competição organizada pela FPF;
“Nós temos, para mim, o principal produto que é o campeonato Estadual. Porque ele alimenta a economia dos municípios, ele permite o engajamento e a capilaridade do futebol. Ele fortalece e renova as existências das torcidas. Eles que mantém vivo a tradição, onde o Pernambuco é o único estado do Norte/Nordeste onde as três torcidas majoritárias são as três dos clubes locais. A existência do estadual é que permite essa história, essa empatia, esse envolvimento do nosso estado”, afirmou. Evandro.