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Na Itália, Magrão destaca momento de medo e tensão na pandemia do coronavírus

O ex-goleiro do Sport está na cidade italiana mais afetada pelo novo coronavírus

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 31/03/2020 às 10:17
Divulgação/Arquivo Pessoal
FOTO: Divulgação/Arquivo Pessoal

O início da aposentadoria do ex-goleiro Magrão na Itália não está saiu como o planejado. Em entrevista à TV Globo e ao GloboEsporte.com, o ídolo do Sport relatou que tem vivido dias de “aflição” ao lado da esposa Marilu. Isso porque está morando na cidade de Varese, que fica próximo de Milão, cidade mais afetada e epicentro da pandemia do novo coronavírus no país europeu. No ano passado, após uma saída conturbada do Leão com processo na Justiça, um dos maiores jogadores da história do clube rubro-negro decidiu pendurar as chuteiras e morar fora do Brasil.

“Tínhamos um sonho de vir para a Itália assim que terminasse a carreira de jogador de futebol. E foi o que aconteceu. Quando acabou, viemos para cá, um país que conhecíamos por ter visitado, e estamos aqui no meio desse colapso. É algo que nunca tínhamos vivido, deixa a gente com medo. Quando vou no supermercado, é uma aflição muito grande. Tem que usar máscara, luva, manter distância, voltar logo para casa”, afirmou.

“As pessoas não levaram a sério. Tudo funcionando, a gente indo nas cafeterias, tudo cheio. E como aqui têm muitos idosos, foi aumentando os casos e a gente não dando conta que seria uma coisa séria”, completou.

Nordestão Cast

A cidade de Milão, que fica próxima a Varese, onde Magrão e Marilu estão morando, foi a cidade que o prefeito Giuseppe Sala tornou público o arrependimento de ter lançado a campanha “Milão não para”. O incentivo ao fim da quarentena e isolamento social para tentar combater a proliferação do novo coronavírus custou caro ao país. Hoje, a Itália está no topo do número de mortes por causa da Covid-19 com mais de 11 mil vítimas.

“Só demos conta na segunda, terceira semana que tudo começou. Acredito que o fato de os italianos não terem acreditado nisso no início, acarretou nessa explosão e tantas pessoas terem perdido suas vidas”, disse. “Se a gente esquece, aproxima de alguma pessoa, vem alguém para falar para distanciar, ficar um metro longe. Não podem andar duas pessoas no carro, os policiais podem multar”, acrescentou.

A pandemia mudou os planos da família de Magrão. Os filhos Lucas e Rafael continuam morando no Brasil com os pais do ex-goleiro na cidade de Carapicuíba, interior de São Paulo. Já a filha Gabriela está residindo em Lisboa, Portugal.

“Todo dia a gente liga para eles para falar para não sair de casa, para tomar cuidado. A gente espera que nossos filhos não passem por isso, porque o Brasil não passou pelo que a Itália passou e a gente espera que vocês aí não passem por isso. Claro que a preocupação existe, mas tem de ter tranquilidade. Meu pai está subindo pelas paredes, porque eles gostam de bater perna, meus filhos estão segurando eles lá”, contou.

Apesar da distância, Magrão não escondeu a preocupação com o Brasil. Na visão do dele, a população pode evitar um desastre do porte da Itália, se seguir as orientações de isolamento e manter a tranquilidade. Segundo o ídolo do Sport, uma das principais diretrizes neste momento tem que ser o “respeito ao próximo”.

“Traz a reflexão do que é realmente uma família, porque mesmo distante a gente pode cuidar um do outro. Porque, às vezes, a gente pode está perto, mas está longe. O momento é difícil, mas, acima de tudo, o povo brasileiro tem que ter tranquilidade, respeito ao próximo em saber que você não é o único a precisar de um medicamento, de alimento no supermercado. Aqui, as pessoas respeitam bastante ao próximo. É entender que é algo que vai passar e fazer o que é para ser feito”, declarou.

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