SUPERLIGA EUROPEIA

Entenda a Superliga europeia; o que é, quem participa, quem desistiu e quais punições da UEFA e da FIFA

A competição é vista como elitista por priorizar apenas os maiores clubes economicamente do mundo

Filipe Farias Batista
Filipe Farias Batista
Publicado em 20/04/2021 às 19:31
Reprodução do Twitter/ Fifa
FOTO: Reprodução do Twitter/ Fifa

A Superliga Europeia definitivamente não é uma unanimidade. Desde o anúncio oficial dos 12 clubes fundadores (Arsenal, Liverpool, Chelsea, Tottenham, Manchester United e Manchester City, da Inglaterra; Juventus, Milan e Internazionale, da Itália; além de Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid da Espanha) da criação da Liga que chegaria para bater de frente com a Champions League, a imprensa mundial, ex-jogadores e os torcedores repudiaram a atitude e se posicionaram contrários à decisão.

A alegação dos clubes idealizadores do projeto é que a Superliga Europeia seria uma maior base financeira e proporcionaria 'um crescimento econômico significantemente maior', em relação aos atuais moldes da Liga dos Campeões. De acordo com o comunicado oficial dos 12 clubes, os fundadores da Superliga receberiam juntos 'uma quantia de € 3,5 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões) para amenizarem o impacto da pandemia da covid-19 e melhorarem seus investimentos em infraestrutura'.

FORMATO DA COMPETIÇÃO

Além dos 12 clubes formadores (citados no primeiro parágrafo), outros três (ainda não definidos) formariam um grupo fixo de 15. Além desses, outros cinco agremiações seriam convidados para participar da Superliga. Os 20 times seriam divididos em dois grupos de 10, com eles se enfrentando no formato de ida e volta. Ao final, os quatro melhores de cada grupo avançariam para a fase de mata-mata. As partidas eliminatórias seriam decididas em dois jogos (ida e volta), com a final sendo disputada em apenas uma partida.

FIFA E UEFA

Entretanto, a criação da Superliga foi vista como elitista e segregacionista, já que apenas os maiores clubes do mundo teria a oportunidade de participar da competição anual, sem conseguir a classificação por méritos desportivos e, sim, por fazer parte de um clã dos poderosos do futebol. A UEFA (organizadora da Liga dos Campeões e da Liga Europa) e a FIFA (entidade maior do futebol mundial) se manifestaram publicamente e prometeram punição severa aos clubes envolvidos.

Gianni Infantino, presidente da FIFA, fez questão de condenar a atitude das 12 agremiações fundadoras da Superliga. "Nós reprovamos duramente a criação de uma Superliga fechada e que é uma ruptura com as federações, com a FIFA, com a UEFA e com as demais instituições. Esses doze clubes são responsáveis pelas suas decisões e terão que lidar com as consequências. Não podem ficar a meio caminho. Ou estão dentro ou estão fora", disparou o dirigente.

 

Discurso que foi também foi endossado pelo presidente da UEFA, Alexsander Ceferín, que alertou medidas severas também aos atletas. "Todos os jogadores que participarem dessa competição não poderão representar suas seleções. Todas as confederações estão de acordo com isso. A Uefa e o mundo do futebol estão unidos contra essa proposta vergonhosa e egoísta de alguns clubes selecionados na Europa, motivados pela ganância. Estamos todos unidos contra este projeto absurdo", declarou.

 

POSICIONAMENTO DAS LIGAS

Por meio de nota oficial, a LaLiga (responsável pelo Campeonato Espanhol) se manifestou de forma contrária à Superliga, a quem definiu de 'competição europeia elitista e separatista' e que não tem como prioridade o lado esportivo. Em outro trecho diz: "A recém-proposta competição europeia de elite nada mais é do que uma proposta egoísta e destinada a enriquecer ainda mais os já super ricos. Isso prejudicará o apelo de todo o jogo e terá um impacto profundamente prejudicial no imediato e no futuro da LaLiga, de seus clubes membros e de todo o ecossistema futebolístico".

Os representantes da Premier League (Campeonato Inglês) também oficializaram um posicionamento de oposição à Superliga. "A Premier League, ao lado da FA (Federação Inglesa), se reuniu com os clubes hoje (20) para discutir as implicações imediatas da proposta da Superliga. Os 14 clubes presentes rejeitaram de forma unânime e enérgica os planos para a competição. A Premier League está considerando todas as ações disponíveis para impedir seu progresso, bem como responsabilizar os Acionistas envolvidos de acordo com suas regras", dizia um trecho do comunicado oficial.

DE SAÍDA

Diante da repercussão negativa no meio do futebol e, principalmente, entre os torcedores, dois clubes ingleses já consideram deixar a Superliga europeia: Chelsea e Manchester City. A atitude, inclusive, é apoiada pelo primeiro ministro britânico Boris Johnson, que utilizou sua conta no Twitter para manifestar sua aprovação. "A decisão de Chelsea e de Manchester City é - se confirmada - absolutamente acertada e elogio-os por isso. Espero que os outros clubes envolvidos na Superliga Europeia sigam o seu exemplo", escreveu o político.

 

O City oficializou, nesta terça-feira (20), a saída da Superliga europeia. Com isso, mantém sua relação com a UEFA e com a FIFA, apoiando a disputa da Champions League e da Europa League, competições organizadas pelas duas entidades.

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