TIMBU

Com necessária reformulação do elenco, Chamusca chega ao Náutico com a missão de recuperar o 'Timbatível'

Vários jogadores alvirrubros que não estão rendendo podem deixar o clube para a chegada de novos reforços para a Série B

Rádio Jornal
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Publicado em 20/08/2021 às 8:41
Tiago Caldas / Náutico
FOTO: Tiago Caldas / Náutico

A queda do Náutico na Série B foi vertiginosa. Porém, os motivos, não é segredo para nenhum alvirrubro: falta de um elenco competitivo. O 'Timbatível' que encantou no início da Segundona, com 14 jogos de invencibilidade, sendo oito vitórias (cinco consecutivas nas primeiras rodadas) e seis empates surgiu muito por conta do time. Do entrosamento e qualidade técnica dos 11 titulares. Do encaixe das peças que acontecia no olhar, na movimentação em campo.

O torcedor timbu já sabia a escalação na ponta da língua: Alex Alves; Hereda, Camutanga, Wagner Leonardo e Bryan; Djavan, Rhaldney e Jean Carlos; Vinícius, Erick e Kieza. Porém, pelo visto, a engrenagem alvirrubra só funcionava com as peças titulares. Com a perda de alguns jogadores, a queda técnica foi imediata e os resultados negativos apareceram: seis jogos sem vitórias, sendo cinco derrotas consecutivas.

O zagueiro Wagner Leonardo - um dos destaques da Segundona - retornou para o Santos (o clube solicitou); já o contrato de empréstimo do atacante Erick com o Náutico terminou e o Ceará acabou se acertando com o Braga, de Portugal, e o contratou; por fim, o centroavante e artilheiro Kieza acabou sofrendo uma grave lesão no tendão de aquiles que o tirou do restante da temporada.

As reposições feitas pela diretoria, nem de longe, se aproximam da qualidade técnica dos jogadores perdidos: o zagueiro Rafael Ribeiro (devolvido pelo Fluminense), o atacante Tailson (jovem promessa do Santos, mas que não se firmou no Peixe e nem no Coritiba) e o centroavante Caio Dantas - antes de acertar com o Náutico, estava sem atuar há quase sete meses.

Sem material humano, nem o experiente técnico Hélio dos Anjos conseguiu extrair futebol dos suplentes. Nomes como dos laterias-esquerdos Rafinha e Breno; dos volantes Guilherme Nunes e Luiz Henrique; dos meias Vinícius Vargas e Lucas Paraíba; dos atacantes Giovanny e Iago Dias... Todos tiveram oportunidades em campo, mas não convenceram e nem mostraram condições de se firmarem entre os titulares. Situação mais inexplicável é a do atacante Jorge Colmán, contratado em abril para a disputa da Série B, mas nunca estreou.

Outro atleta estrangeiro que viveu situação semelhante a de Colmán foi o volante boliviano Antônio Bustamante, que vestiu a camisa alvirrubra em dois jogos - em 2020 -, mas não teve mais oportunidades desde que Hélio dos Anjos assumiu a equipe e deixou o clube.

Sem condições de extrair mais desse elenco e não recebendo as contrações pedidas - pra isso, a direção condicionou a saída de algumas peças -, Hélio optou por entregar o cargo.

MISSÃO DE CHAMUSCA

Contratado para conduzir o Náutico no restante da Segundona, Marcelo Chamusca tem um grande dilema pela frente: acreditar nas peças atuais e buscar motivar o elenco pra tentar reverter a situação ou promover a esperada reformulação no plantel, abrir espaço na folha e trazer no mínimo cinco jogadores que cheguem para ser titulares.

Chamusca chega à capital pernambucana nesta sexta-feira (20) e já tem a missão de colocar o time em campo contra o CSA, na próxima terça-feira (24), no estádio Rei Pelé, em Maceió. Sem muito tempo para trabalhar visando esse primeiro compromisso (no máximo três treinos), certamente, o time alvirrubro ainda não terá a cara do novo treinador, que tentará extrair o melhor dos atletas na base da motivação e buscando recuperar o brio daqueles que entrarem em campo.

Porém, como alguns jogadores não estão rendendo, com a chegada do novo treinador, alguns deles podem encabeçar uma possível lista de dispensa após essa primeira análise do grupo.

Nomes que não estão rendendo:

- Alex Alves: Apesar de ter sido titular em 28 partidas, nunca passou confiança debaixo das três traves. Fez uma partida brilhante contra o Botafogo, dando até assistência para gol, mas é um goleiro muito inseguro para quem já tem 34 anos;

- Rafinha e Breno: Nenhum dos dois conseguiu desbancar Bryan, que mesmo jogando improvisado na lateral-esquerda (ele é destro), se firmou entre os titulares. E, quando os dois entraram, mostraram muitas deficiências técnicas e logo retornaram para o banco quando Bryan ficou à disposição;

- Yago: Foi contratado com a expectativa de ganhar rapidamente a titularidade, mas sofreu com algumas lesões musculares e ficou fora de combate por algumas semanas. Nas oportunidades que ganhou teve suas atuações foram medianas e, contra o Avaí, marcou gol contra na derrota por 2x0;

- Guilherme Nunes: Contratado no final de junho, o volante revelado pelo Santos não mostrou a que veio. Em quase dois meses de clube, atuou um total de apenas 30 minutos com a camisa do Náutico nas duas partidas que jogou;

- Luiz Henrique: Após ter se destacado com a camisa alvirrubra nos seus primeiros anos de profissional, o prata da casa jogou por um ano e meio jogando em Portugal (Moreirense e Oliveirense) e retornou ao Timbu em março deste ano. Porém, o período que ele ficou na Europa não o lapidou... E, nem de longe, tem sido o volante das atuações constantes e desequilibrantes de 2019;

- Vargas: O meia estava com negociação encaminhada com o Santa Cruz, mas o Náutico se antecipou e contratou o ex-jogador do Afogados, com a esperança de que ele pudesse repetir as boas atuações do Campeonato Pernambucano. Entretanto, Vargas não conseguiu convencer Hélio dos Anjos a lhe dar mais oportunidades (cinco jogos, apenas uma como titular) e não tem sido uma peço útil no elenco;

- Lucas Paraíba: Garoto que já mostrou qualidade nas categorias de base, nunca conseguiu ter constância no profissional. Em 2021, entrou em campo apenas em um jogo, contra o Brasil de Pelotas, e mesmo ficando em campo por 20 minutos, conseguiu ser expulso;

- Giovanny: Apesar de ter atuado em 23 partidas na temporada, o atacante foi titular em apenas um jogo (diante do Londrina). Sempre que foi acionado, não mostrou um grande futebol. Tanto que nunca se firmou entre os 11 e, por vezes, sequer foi relacionado para os jogos.

- Colmán: Inexplicavelmente, o atacante paraguaio nunca estreou com a camisa do Náutico, mesmo estando no clube desde abril.

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