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Da Série A para a Série D: linha do tempo sobre os rebaixamentos do Santa Cruz no Campeonato Brasileiro

O Santa Cruz praticamente repetiu o roteiro dos descensos no Campeonato Brasileiro que aconteceram entre os anos de 2006 e 2008

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 18/09/2021 às 17:42
Alexandre Gondim/JC Imagem
FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem

A volta para a Série C já foi um balde de água fria nas expectativas dos torcedores do Santa Cruz, após sair da Quarta Divisão, conquistar o Nordeste e chegar na Série A. O pedido era por mudança e nas eleições em fevereiro venceu a oposição. No entanto, a confiança virou decepção e 2021 vai terminar com o clube na Série D mais uma vez na história. Apesar de não ter ocorrido uma sequência de queda igual ao período de 2006 e 2008, a Cobra Coral sofreu do mesmo jeito. Confira abaixo um resumo sobre cada rebaixamento do Santa Cruz de 2016 até 2021:

2016

Após o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, a temporada de 2016 seguiu com o Santa Cruz em ótima fase até o fim do primeiro semestre. Nos primeiros meses da temporada, apesar da dificuldade no inicio e a troca de Marcelo Martelotte por Milton Mendes, o Tricolor do Arruda conquistou o segundo título consecutivo do Campeonato Pernambucano (29 vezes na história) e a taça inédita da Copa do Nordeste, em um intervalo de dias. Era o momento dos sonhos para qualquer torcedor.

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No entanto, depois de um início empolgante na Primeira Divisão, tendo alcançado a liderança da competição na primeiras rodadas, a Cobra Coral foi perdendo o veneno. No fim da temporada, o rebaixamento para a Série B. O que não se imaginava era uma nova sequência de descensos, assim como no período entre 2006 e 2008.

2017

O Santa Cruz paquerou com a queda desde a metade da Série B. A campanha ficou marcada pelo discurso de voltar para a Primeira Divisão (Ao menos, até boa parte da temporada), mas ficou longe de se concretizar. Nem a passagem de Givanildo Oliveira e o treinador do último acesso, Marcelo Martelotte, fizeram a situação mudar na tabela. O acesso já havia se tornado uma condição inviável.

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Por fim, os jogadores ameaçaram parar de treinar e nem jogar as últimas rodadas, caso parte dos salários não fossem pagos. Enquanto isso, os corais despencaram na classificação e mais um rebaixamento foi confirmado. Na temporada, parou na semifinal na competição estadual e regional. A crise financeira ficou ainda mais evidenciada.

2018

A primeira, das quatro temporadas seguidas na Série C, começou com uma mudança na presidência. O então vice-presidente de Alírio Moraes, Constantino Júnior, foi eleito para o triênio 2018-2020. O inicio foi um caos. A equipe coral foi eliminada na primeira fase da Copa do Brasil e parou nas quartas de final do Nordestão e também do Estadual. Nessa segunda competição, foi desclassificada em pleno Arruda para o Afogados da Ingazeira.

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Quando a Terceira Divisão começou, a expectativa é de que a força da camisa e os reforços que chegaram pudessem cumprir o principal objetivo e salvar a temporada. Mas não foi o que aconteceu. O tricolor até avançou para o mata-mata do acaso e, depois de vencer o primeiro jogo, só precisava de um empate para comemorar o acesso. Em campo, derrota por 3 x 0 e a frustração no rosto dos torcedores. O time na época era treinador por Roberto Fernandes.

2019

Não imagina o torcedor coral que a decepção de 2018 seria maior na temporada seguinte. Em 2019, o clube foi capaz até de chegar em uma semifinal da Copa do Nordeste e nas quartas de final da Copa do Brasil, sob o comando de Leston Júnior, sendo o grande momento a vitória contra o Fluminense (eliminação nos pênaltis) . Já no Campeonato Pernambucano, outra eliminação para o Afogados da Ingazeira. Quando a competição nacional começou, o treinador só durou os primeiros jogos e foi demitido.

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A diretoria foi em busca de um velho conhecido: Milton Mendes. Com duas taças obtidas, os torcedores confiaram no técnico e esperaram ansiosamente para subir. Entretanto, a campanha não foi boa. O time ''deixou'' para depender de uma vitória diante do rival Náutico, nos Aflitos. Não deu certo. Derrota por 3 x 1 e eliminação na primeira fase.

2020

O trabalho de Itamar Schülle foi melhor do que os anteriores. O elenco pecava no setor ofensivo, mas tinha uma defesa compactada. A campanha no Campeonato Pernambucano terminou invicta, mas em vexame. Em pleno Arruda, derrota nos pênaltis para o Salgueiro, que se consagrou o primeiro time do Interior de Pernambuco campeão estadual. Nas outras competições, só a queda para o Confiança-SE no Nordestão foi criticada.

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Nem a saída de Schülle e o retorno de Martelotte afetou o desempenho. A campanha foi completamente diferente dos anos anteriores. Líder, classificação antecipada e novo formato. Ao invés do mata-mata, uma nova chave onde dois subiam para a Série B. No entanto, de novo, o veneno não fez efeito. Mesmo com a vitória contra o Brusque, as duas derrotas para o Vila Nova foram cruciais para mais um ano na Terceira Divisão, pois o time goiano não tropeçou diante do Ituano-SP e garantiu o acesso.

2021

O fracasso da gestão de Constantino Júnior fez a torcida buscar mudança. Em fevereiro, a chapa de oposição Pró-Santa foi eleita com a promessa de ''devolver o Santa Cruz ao povo''. A reforma do Estatuto aconteceu, mas dentro de campo nada funcionou. Ao todo, 41 contratações de jogadores e quatro treinadores, além da pior campanha do clube na Copa do Nordeste, com apenas uma vitória em oito partidas e a lanterna do grupo.

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No Campeonato Pernambucano, a desclassificação para o Náutico na semifinal só não tirou o time da próxima edição do Nordestão por causa da mudança no regulamento. O tempo foi passando e os anos continuaram. Se a Série C já era ruim, a queda para a Quarta Divisão faz o torcedor coral ter um sentimento de ''filme repetido''.

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