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Brasil supera Colômbia e levanta troféu de campeão do Campeonato Sul-Americano de Vôlei Feminino; veja como foi a partida e confira a seleção do campeonato

No aniversário de 15 anos do primeiro ouro olímpico, Brasil bate a Colômbia e levanta a taça de campeã do Campeonato Sul-Americano de Vôlei Feminino

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Pedro Lima

Publicado em 24/08/2023 às 1:52 | Atualizado em 24/08/2023 às 2:20
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No aniversário do primeiro ouro olímpico, que aconteceu há exatos 15 anos, em Pequim, a seleção brasileira levantou o troféu de campeã do Campeonato Sul-Americano de Vôlei Feminino 2023, diante da Colômbia, que tentou estragar a festa, por 3 a 0 (25/19, 25/22 e 25/19), no ginásio Geraldão repleto de campeãs olímpicas - Sheilla, Fabi Alvim, Valeskinha e Zé Roberto - além de Thaísa em quadra.

Após uma campanha impecável, onde venceu os 12 sets disputados, as jogadoras do Brasil terão quatro dias de folga. Em seguida, se reunirão novamente rumo ao Japão, para a disputa do Pré-Olímpico.

O JOGO

O primeiro detalhe foi antes da bola subir. Tainara começou de titular no lugar de Kisy. As demais, foram as mesmas que superaram o Peru: Roberta, Gabi, Júlia, Carol, Thaísa e Nyemi.

A Colômbia tentou botar água no Chopp das brasileiras. Entraram em quadra focadas pela vitória e comandaram o placar até o 6 a 5. Com bons rallys, o jogo seguiu equilibrado. Ponto de um lado e do outro, até o 15 a 13. A partir daí, o Brasil deslanchou, emplacou um bom volume de jogo e abriu 20 a 16, 23 a 18 e fechou a primeira etapa em 25 a 19.

O segundo set foi mais equilibrado. O jogo foi ponto lá e cá o tempo todo. As duas seleções acumulavam erros e acertos em sincronia. José Roberto Guimarães mexeu pela primeira vez ao tirar Tainara e pôr Kisy. A partida seguia com nenhuma seleção abrindo vantagem até que Carol fez o 20 a 19, em um bloqueio. A central e atual campeã da Superliga 2022/23 foi para o saque enquanto o DJ colocava Raphaela Santos para tocar no ginásio e a torcida entrar no ritmo.

A galera ficou de pé quando Carol fez um ponto de saque, tornando o placar 21 a 19. O treinador da Colômbia, Rizola Antônio, pediu desafio duas vezes quase seguidas para paralisar o jogo - já tinha pedido os dois Tempos disponíveis. Restou ao Brasil manter o bom nível e com um ponto de Júlia Bergmann, as brasileiras abriram 2 a 0.

O terceiro set iniciou, mais uma vez, com as seleções de igual para igual. Pri Daroit entrou no lugar de Júlia e o clima de festa já tomava conta do Geraldão. A partida teve números finais em 25 a 19.

Mauricio Val/FVImagem/CBV
Seleção Feminina erguendo a taça de campeã - Mauricio Val/FVImagem/CBV

PONTUAÇÃO DAS BRASILEIRAS CONTRA COLÔMBIA

  • Thaísa: 13
  • Júlia Bermann: 9 (2 bloqueios)
  • Tainara: 8
  • Gabi: 8
  • Carol: 7
  • Kisy: 5
  • Roberta: 1

SELEÇÃO DO CAMPEONATO SUL-AMERICANO FEMININO DE VÔLEI

  • Thaísa (Brasil): 1ª melhor central
  • Herrera (Argentina): 2º melhor central
  • Roberta (Brasil): melhor levantadora
  • Kisy (Brasil): melhor oposta
  • Gabi (Brasil): 1ª melhor ponteira
  • Amanda (Colômbia): 2ª melhor ponteira
  • Nyemi (Brasil): melhor líbero

MVP: Gabi/ Roberta

A ponteira e capitã Gabi Guimarães foi eleita pela Confederação Sul-Americana de Voleibol a melhor jogadora do campeonato. A atleta, no entanto, não aceitou o prêmio e o entregou a levantadora Roberta.

Mauricio Val/FVImagem/CBV
Seleção do Campeonato Sul-Americano 2023 - Mauricio Val/FVImagem/CBV

LEGADO DO SUL-AMERICANO DE VÔLEI EM PERNAMBUCO

A carência por grandes eventos esportivos parece ter fim, pelo menos no Recife. O prefeito João Campos confessou, durante coletiva à imprensa no Sul-Americano, que haverá, ao menos "um grande evento esportivo por ano no Geraldão".

Sétimo jogador em quadra, José Roberto Guimarães reforçou, mais uma vez, o papel importante do torcedor para a equipe: "Durante toda a semana a gente tem recebido essa energia e falei com o prefeito [João Campos] e a governadora [Raquel Lyra] 'nós temos que trazer mais eventos para cá', porque é muito bom estar aqui e convivido aqui esse período. Esperamos em um futuro próximo voltar", disse o treinador da seleção brasileira.

Outro ponto tocado por Zé Roberto foi a marca deixada pelo Campeonato Sul-Americano na capital pernambucana: "A gente sai daqui com um legado muito importante de ter impactado crianças e adolescentes a prática do esporte".

GABI SACA VIAGEM COM INCENTIVO DE ZÉ ROBERTO: "Eu instigo para que elas se desafiem"

Um dos assuntos mais comentados nesta semana do Campeonato Sul-Americano de Vôlei Feminino é que a ponteira Gabi sacou viagem nos últimos jogos. O tipo de saque não é novidade para a atleta, mas que não o utilizava há alguns anos.

No pós-jogo, a atleta revelou que o treinador José Roberto Guimarães a incentivou. Confira os trechos:

José Roberto Guimarães: 

"A gente tem que sempre lançar desafios. Nem todo mundo, nem todas as jogadoras têm condições de saque viagem em um time. São características diferentes umas das outras. Mas, eu não proíbo nada. Nunca proibi nada".

"Tento trabalhar em uma regularidade. Tem que ser regular na quantidade de saques que você vai fazer durante a partida. E tem que ter peito para sacar. Tem que ter personalidade. Tem que ter confiança. Tem que entender que pode. Eu instigo para que elas se desafiem", finaliza José Roberto.

Gabi:

"Acabou que rolou dois dias atrás, no dia do jogo do Peru, no treino pela manhã, Zé [Roberto] me puxou e falou "Gabi, por que você não saca viagem? Confio muito em você" e eu aceitei. Veio muito dele. Zé é um cara de passar confiança"

"O saque é um fundamento que eu preciso evoluir, preciso melhorar e com a confiança dele fica mais fácil. Apesar de não ter dito tempo para treinar o fundamento, estou muito confiante porque ele me deixou livre para praticar"

"Agora vou ter um tempo para conseguir treinar com mais calma. Não foi tão efetivo ainda. É treinar agora e, com certeza, vou tentar sacar viagem no Pré-Olímpico".

PRÉ-OLÍMPICO DE VÔLEI FEMININO

A próxima parada para a seleção brasileira feminina de vôlei é o Japão. As meninas estreiam dia 16 de setembro, diante da Argentina, em busca das Olimpíadas de Paris 2024.

Serão sete jogos, tendo adversários do continente, como Argentina e Peru, mas também adversárias como Turquia e Japão.

"A gente pegou um grupo bem difícil, não podemos desmerecer nenhuma das equipes. Mas, sem dúvida nenhuma, os principais jogos serão contra Turquia, Bélgica e Japão", disse a capitã Gabi Guimarães.

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