CONFLITO INTERNACIONAL

GUERRA RÚSSIA E UCRÂNIA: Quais foram as causas e como se desenrolou o recente conflito entre Rússia e Ucrânia

Entenda o que motivou a guerra

Paloma Xavier
Paloma Xavier
Publicado em 24/02/2022 às 21:19 | Atualizado em 24/02/2022 às 21:30
Notícia
ARIS MESSINIS / AFP
Prédio bombardeado em Chuguiv, na Ucrânia. - FOTO: ARIS MESSINIS / AFP

Ao autorizar uma "operação militar especial" no leste da Ucrânia nesta quinta-feira (24), o presidente russo Vladimir Putin abalou a relação entre os países e colocou o mundo em alerta. Em menos de 24 horas, o conflito já envolveu mísseis, fuga em massa e sanções internacionais.

Depois do comando de Putin, explosões foram relatadas nas cidades ucranianas Kiev, Kharkiv, Maripuol, Odessa e em Kramatorsk. A Ucrânia está sendo atacada por terra, mar e ar.

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Além dos ataques russos, separatistas no leste da Ucrânia estão tomando controle de territórios. Segundo a polícia ucraniana, foram contabilizados mais de 200 ataques dentro do território.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky decretou mobilização geral no país por causa do movimento russo. Além disso, houve convocação de cidadãos para o conflito.

A Ucrânia também declarou que rompeu relações diplomáticas com a Rússia e adotou a lei marcial - substituição das autoridades e leis de uma nação por leis militares - no país.

Quais foram as causas da guerra entre a Rússia e a Ucrânia?

A tensão entre os países não é de hoje. Na verdade, ela se intensificou recentemente porque a Rússia discorda de uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética (URSS).

O presidente russo Vladmir Putin acredita que a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia pela expansão na região, que está cada vez mais próxima do seu território. Putin quer que a Ucrânia declare formalmente que nunca vai se filiar à aliança.

A relação entre Rússia e Ucrânia começou a se desgastar em 1991, depois da dissolução da União Soviética (URSS). Os países eram antigas repúblicas que integravam o bloco.

Depois da fragmentação da União Soviética em várias nações, os Estados Unidos decidiram acrescentar mais países à Otan. O “problema” é que a organização tem crescido em áreas próximas à Rússia, o que acendeu um alerta em Putin.

A entrada da Ucrânia foi debatida há muito tempo, e depois ficou “congelada” por anos. Até que, em 2014, o ucraniano Petro Poroshenko assumiu o poder após uma revolução. Ele era mais próximo ao Ocidente, o que chamou a atenção de separatistas. Somado à anexação da Crimeia (que estava sob controle ucraniano e passou a ser território russo), a relação entre o país e a Rússia ficou ainda mais delicada.

Ainda assim, a situação parecia controlada. Até a possibilidade da entrada da Ucrânia na Otan voltar a ganhar força depois da eleição do atual presidente ucraniano Volodymyr Zelenski - que é próximo dos Estados Unidos e da Europa.

Além disso, havia a economia fragilizada pela pandemia do novo coronavírus e a política em crise. Os fatores levaram Putin a pensar em aumentar a popularidade de seu governo, retomando uma área próxima da Rússia.

A movimentação também não é recente: ela acontece desde novembro do ano passado, quando os russos passaram a aumentar as tropas na região de fronteira com a Ucrânia. A justificativa, na época, era de que os soldados russos posicionados na fronteira estavam apenas fazendo exercícios militares. Percebendo o que podia estar acontecendo, o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para movimentos incomuns na região.

A situação que já estava delicada ficou ainda pior quando, na segunda-feira (21), Putin reconheceu como países independentes duas áreas separatistas da Ucrânia, Donetsk e Lugansk.

A atitude foi avaliada como uma violação flagrante do direito internacional, segundo a União Europeia, além de um primeiro passo para justificar uma invasão.

Ainda no mesmo dia, Putin disse que enviaria tropas “em missão de paz” para garantir a segurança das áreas separatistas. A mídia estatal divulgou que havia um “genocídio” contra a população russa nessas áreas realizado por tropas ucranianas - que foi, na verdade, desinformação.

A movimentação deixou a comunidade internacional alerta, e logo outros países começaram a adotar sanções contra a Rússia. Mas elas não foram suficientes para fazer Putin recuar. Depois de quatro meses de negociação, ele decidiu por invadir a Ucrânia.

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