PETROLINA

Em entrevista exclusiva, mãe e pai de Beatriz questionam investigação

Pais da menina não acreditam nas informações divulgadas pela Polícia e pedem saída do delegado. Beatriz Mota assassinada durante a festa de formatura da irmã

Rádio Jornal
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Publicado em 09/09/2016 às 7:05
Foto: reprodução/arquivo pessoal


Lúcia Mota e Sandro Romilton prometem não descansar enquanto o assassino de Beatriz Angélica Mota permanecer em liberdade. Há nove meses, eles recebem o apoio de familiares e amigos para amenizar a dor da perda da filha mais nova do casal, que tinha apenas 7 anos, quando foi morta com 42 facadas.

Os pais de Beatriz vão participar do ato desta sexta-feira (9), com concentração às 9h nas proximidades do monumento da integração. A caminhada tem como percurso a Delegacia se Homicídios de Petrolina, o Fórum da cidade e o prédio do Ministério Público de Pernambuco.

Em cada parada, os manifestantes vão cobrar agilidade no desfecho do caso e a imediata prisão do ou dos envolvidos. Nas redes sociais, ganha força o movimento que pede a saída do delegado Marceone Ferreira do inquérito.

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ENTREVISTA

O pai de Beatriz, Sandro Romilton afirma que não há nada de novo nas informações repassadas na coletiva a imprensa. “Foi uma pirotecnia muito grande para mostrar quase coisa nenhuma. Ele aponta um suspeito no meio da rua. Como esse cara teve acesso ao colégio? Por onde ele entrou? Onde essa pessoa se lavou? A gente precisa de algumas respostas”, disse.

A mãe de Beatriz discorda da entrada do perito criminal George Sanguinetti no caso, contratado pelo Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. A professora também questiona uma reforma feita às pressas num local próximo ao depósito de material esportivo onde o corpo foi encontrado. “Por que tanta pressa em reformar essa sala, se existiam outros locais para ser reformados com urgência para conseguir o alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros?”, diz. “Será que foi retirado o piso dessa sala? Será que a polícia está investigando e não quer nos dizer?”, perguntou.

Lúcia Mota afirma que existem pontos não esclarecidos da investigação coordenada pelo delegado Marceone Ferreira. “Um parente de um funcionário do Colégio participou da festa sem ter vínculo nenhum com os formandos, foi visto com manchas de sangue e arranjou um álibi em Juazeiro. São essas coisas que precisam de esclarecimento”, afirma.

A mãe da criança diz que vai responsabilizar na Justiça todos que foram omissos com o caso Beatriz Mota. Lúcia Mota afirma que o homem apontado pela polícia não poderia ter agido sozinho assim facilmente. “Como é que ele teria acesso e iria saber onde ficava aquele local do bebedouro. Por onde esse demônio saiu? Se é que saiu”, diz.

Para Lúcia, a Polícia Militar cometeu mais um erro de não ter preservado o local do crime. “O local do crime só foi interditado muitos dias depois. Por qual motivo ele não foi interditado?”, questionou.