Passados 13 anos desde o crime que tirou a vida do fazendeiro José Arnaldo Didier Leite, em Sanharó, no Agreste de Pernambuco, o júri popular do principal acusado e ex-prefeito da cidade, Rannieri Aquino de Freitas, teve início na 3ª Vara do Recife, no Fórum Thomaz de Aquino.
De acordo com os autos do processo, a vítima foi morta com disparos de arma de fogo em casa. O mandante seria Rannieri, que contou com ajuda do policial militar Magel Geovane Ramalho Calado, o único a sentar no banco dos réus e José Nilson Noronha de Souza, assassinado em 2012.
O ex-prefeito, condenado em outro processo por desvio de dinheiro público e fraudes em licitações, passou a ser denunciado pela vítima, um opositor político, o que gerou desavenças. O promotor de justiça Antônio Arroxelas garante que o crime teve motivação política.
Antes do júri, a defesa do ex-prefeito, foragido da prisão domiciliar há 20 dias, quando passou por uma cirurgia no coração, tentou novamente o adiamento alegando a ausência de testemunhas importantes no processo, mas teve o requerimento indeferido. Ricardo Didier, filho do pecuarista assassinado pede justiça.
Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:
O processo conta com quatro testemunhas no total. A escolhida pela acusação é Maria de Lurdes Didier, irmã da vítima, foi a primeira a ser ouvida em plenário. Ela disse que foi ameaçada pelo ex-prefeito e lembrou a circunstância da morte, emocionando os filhos do pecuarista que assistem o júri com previsão para ser finalizado na noite desta quinta-feira.
No período da tarde é a vez das testemunhas de defesa serem ouvidas.
Julgamento
O ex-prefeito de Sanharó já foi condenado a 115 anos de prisão por vários crimes, entre os quais desvio de dinheiro e fraudes em licitações. Ele está foragido há 20 dias e é julgado à revelia. Após ter realizado uma cirurgia, Rannieri estava em prisão domiciliar e conseguiu fugir.
A previsão é que o júri popular seja encerrado na quinta-feira (24).