SERTÃO

Caso Beatriz: mãe de menina morta em Petrolina volta a cobrar respostas de Paulo Câmara

Lúcia Mota, mãe da menina Beatriz, assassinada a facadas em 2015, prometeu voltar ao Recife para jejuar por tempo indeterminado em busca de respostas

Rádio Jornal
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Publicado em 11/08/2017 às 8:19

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Os pais e amigos da menina Beatriz Angélica Mota, assassinada no dia 10 de dezembro de 2015, fizeram mais uma manifestação em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, nessa quinta-feira (10), data em que o crime completou um ano e oito meses. À Rádio Jornal, a mãe da menina, Lúcia Mota, voltou a criticar o Governo de Pernambuco pela falta de respostas sobre o caso. "Irei para Recife jejuar novamente. Irei atrás do governador Paulo Câmara porque ele me prometeu e não cumpriu, o Estado prometeu e não cumpriu. O caso número um de Pernambuco sequer tem um representante da Polícia Civil em Petrolina", disse.

Ouça a entrevista com a mãe da menina Beatriz

Os manifestantes se reuniram em frente à sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de Petrolina. Com cartazes, o grupo voltou a cobrar uma solução para o caso, que chamou a atenção do Brasil. A menina, de sete anos, foi morta a facadas durante uma festa de formatura em uma escola particular da cidade.

Entenda o Caso Beatriz

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Beatriz foi encontrada morta em um depósito da escola. A investigação revelou que durante o evento muitas pessoas avistaram o homem descrito no retrato falado, que vestia uma camiseta verde e calça jeans. As testemunhas disseram tê-lo visto fingir que bebia água no bebedouro onde a criança disse que iria antes de ser assassinada.

Nos depoimentos, o suspeito foi descrito como de olhar “assustador e intimidador”. Uma criança ouvida disse ainda que ele teria a chamado para buscar mesas e cadeiras, mas, com medo, ela correu. Até mesmo um funcionário da escola percebeu a presença do desconhecido e ficou no local esperando que outro aluno tomasse água para não deixá-lo sozinho com o homem.

Para chegar ao suspeito, a polícia analisou as imagens internas e externas da escola, incluindo as do evento (feitas por fotógrafos, cinegrafistas profissionais e participantes). Foram analisadas 4.270 fotos oficiais da festa e mais de cinco terabytes de fotos e vídeos cedidos pela população. A faca também foi analisada. No utensílio foi identificado um perfil de DNA masculino.

A imagem dele foi divulgada pela polícia pela primeira vez em março deste ano. Desde então, vários possíveis suspeitos foram denunciados pela população e foram encaminhados para exames de DNA. Mas até hoje nenhum deles foi considerado o assassino.

O caso está sendo investigado pela delegada Gleide Ângelo, com apoio do delegado Alfredo Jorge. Em maio, os pais de Beatriz e a delegada participaram de uma reunião na Assembleia Legislativa de Pernambuco para pedir apoio para a divulgação nacional da imagem do suspeito. Câmeras registraram a movimentação dele nas proximidades do colégio, onde acontecia a festa de formatura e a menina era uma das presentes. As imagens também mostram o momento em que o suspeito coloca um objeto, possivelmente uma faca, dentro da calça e segue até a instituição.

Segundo as investigações da polícia, com base no depoimento de testemunhas, o suspeito teria tentado se aproximar de outras duas crianças antes de chegar até Beatriz. A motivação do crime e se há um mentor ainda são incógnitas para os investigadores.