Argentina por um pernambucano

Da Rádio Jornal
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Publicado em 01/04/2012 às 11:58
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De Fábio Jardelino

Depois de um intenso ano de trabalho, nada melhor que tirar um tempo para descansar. Férias, porém, é tempo de viajar e conhecer novos lugares e culturas. Foi ai que surgiu a ideia: Por que não viajar para a Argentina? Além do baixo valor do Peso Argentino em comparação ao Real (nos bancos de cambio oficiais, a moeda brasileira vale até R$ 2,10 e no mercado negro chega a custar até R$2,55), a chamada Europa sulamericana também é um chamativo turístico por causa de suas belezas naturais e arquitetônicas.

A partir dessa vontade, comecei a organizar um roteiro que terminou englobando não apenas Buenos Aires, mas também Córdoba, Mendoza e Bariloche, num período de tempo esquematizado para 17 dias.

EL VIAJE


Puerto Madero


A viagem já começou agitada, quando, ainda em Recife, quase perco o voo. Um enorme trânsito, sem causa aparente, me fez chegar no Aeroporto Internacional dos Guararapes às 9h40 da manhã, apenas a 20 minutos antes do avião partir. Após conseguir embarcar sem maiores problemas, duas paradas acabaram deixando a viagem mais cansativa do que já seria. Uma escala em Salvador, na Bahia, e a outra escala, essa mais demorada, em Guarulhos, São Paulo demonstraram como seria útil e bom para o turismo pernambucano se houvesse um voo internacional direto Recife-Buenos Aires. Depois dessas, já por volta das 21h, consegui embarcar novamente com destino a Buenos Aires.

Foi quando a viagem começou a ficar mais animada e a empolgaçao de chegar no país dos "hermanos", se tornou verdadeira. Mas, como alegria de pobre dura pouco, mais um obstáculo. Antes de pousar no Aeroporto Internacional de Ezeiza, Buenos Aires, o avião fez o que o piloto chamou de "arrebatagem", que é quando, antes de tocar ao chão, o avião volta a ganhar velocidade e novamente decola. Apesar das esplicações posteriores, o susto permaneceu e a vontade de sair do avião só aumentou. Porém, depois do "procedimento de segurança" no voo, outro impacto dificultou a viagem: o frio cortante da Argentina.

A temperatura era de cerca de 8 graus na capital hermana. Tão frio que, quando alguém falava, dava para ver a fumaça saindo pela boca. Neste resto de dia só restou dormir para acordar cedo. Após uma viagem cansativa como essa, a primeira notícia boa: uma carona do aeroporto até a casa onde estou hospedado.


DÍA PRIMERO


Plaza Gral San Martin


Aqui em Buenos Aires, fiquei hospedado na casa de um Argentino conhecido de um amigo meu. Gente boa que é, além de me pegar no aeroporto, ainda me deu toda a assistência que um bom anfitrião deve dar e isso tudo de graça. No primeiro dia da viagem, a ideia foi conhecer o centro da cidade. Os pontos turísticos eram os principais indicados. A começar da famosa Calle Florida, conhecida pelas várias lojas e pelos pontos de troca de dinheiro (bancos de cambio oficiais e o mercado negro ilegal), do Obelisco, Puerto Madero, Plaza Gral San Martin (onde tirei um bom cochilo) e muitos outros lugares. Até alguns não tão turísticos, como a Estação de trem de Retiro, localizada num bairro portuário da cidade.

Acordei cedo, fui com o argentino para a estação de metrô mais perto da casa dele e comprei logo um mapa de ônibus e Metrôs de Buenos Aires. Sabendo como me locomover, tratei de ir ao centro.

Mesmo pondendo fazer os tradicionais passeios turísticos, preferi o meio mais difícil: Tentar viver como um argentino, mesmo que seja por pouco tempo. Sendo assim peguei o trem em direção ao Retiro; andei nos bairros mais "perigosos" (nada pior que alguns bairros de Recife); conversei (com meu espanhol arranhado e as vezes até em inglês) com os argentinos das ruas (não apenas aqueles dos pontos turísticos); comi um Super Pancho (cachorro quente feito apenas com pAO e salsicha, batata e molhos típicos), tudo isso como um hermano verdadeiro faria.


Rua San Martin, próximo à Calle Florida

Até o momento, minha impressão da Argentina é que apesar de possuir visivelmente os problemas de um país de terceiro mundo, a Argentina mostra que dá para se resolver muitos problemas que parecem impossíveis. Coisas simples, como ver todas as ruas com placas identificando o nome, faixas de pedestre recém pintadas e equipadas com sinais de pedestre, nenhum buraco nas ruas... Coisas que no Brasil parecem impossíveis de se resolver, funcionam aqui, no país vizinho, que é tao pobre quanto os tupiniquins. O fato é que os hermanos dão aula sobre organização. Uma das coisas que mais me chamou atenção, inclusive, foi a arrumação das calçadas públicas. Todas elas possuem rampa para decifientes e quase nenhum buraco. Só isso já serve para você perceber o quanto a Argentina é um país organizado.

Bom, como conseguir computador e tempo para escrever é um pouco complicado por aqui, decidi fazer apenas essa breve abertura. Aguarde que logo mais postarei mais detalhes sobre o primeiro dia na Argentina e provavelmente também sobre o segundo.

Ahora me despido de ustedes. Hasta la próxima.