Os bastidores da transmissão de uma partida de futebol

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 18/04/2012 às 16:07
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Por mais que o tempo passe, a comunicação se modernize e novos aparelhos eletro-eletrônicos sejam lançados a cada dia, sempre há quem não deixe o bom e velho radinho de lado. Seja de pilha, ou ligado na tomada, seja em casa, no carro ou até mesmo no computador e no celular, através de sites e aplicativos, as rádios não deixam de estar presentes no cotidiano dos ouvintes fiéis. E não há como duvidar que uma grande parcela desse público é formado justamente pelos amantes do futebol.

Pra muita gente já é tradição ligar o radinho e ouvir a transmissão das partidas do seu time do coração. Até mesmo aqueles que vão pro estádio ver os jogos de perto, não abdicam de ter ao pé do ouvido o “aparelhinho mágico”. Notícias sobre a preparação dos times, confirmação da escalação, polêmicas, repercussões, a locução da partida, os comentários do intervalo, o pós-jogo, as “entrevistas vestiárias”, tudo isso faz parte da transmissão futebolística das Rádios Jornal e JC-CBN nos dias de jogo.

O que esses ouvintes talvez não saibam seja o tamanho do trabalho que está por traz dessas transmissões. Para dar uma ideia de como funciona esse mundo, o Blog dos Bastidores mostra agora um pouco da transmissão do Clássico das Multidões ocorrido entre Sport e Santa Cruz no último domingo (15) pela 22ª rodada do Campeonato Pernambucano 2012.



CABINE: Os comunicadores Aroldo Costa, André Luiz e Maciel Jr. narram e comentam o jogo

Já começamos alertando o seguinte: se transmitir uma partida de futebol já é algo trabalhoso, transmitir então um clássico é ainda mais puxado. Equipamentos, trabalho e até equipe são todos dobrados.

A programação esportiva da Rádio Jornal é extensa. Não é a toa que ela é a "Rádio Futebol". No domingo ela começa com o programa Domingo Esportivo, passa pela Pré-Jornada e a Jornada Esportiva, onde está inserido o jogo, segue com o Resumo Final, e chega até às 23h com o programa Rádio Jornal na Copa. Mas para simplificar, digamos que o ouvinte quer ouvir apenas a partir do início jogo. Para isso, basta ligar o rádio na hora da partida e pronto! No caso desta partida, bastou ligar o aparelho às 16h e ouvir a narração do jogo. Mas para que tudo estivesse pronto nesse horário, a labuta começou cedo! Mais precisamente quatro horas antes da partida.



Isso mesmo! Ao meio dia a equipe técnica se desloca das instalações do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação para o estádio, com toda a parafernália necessária para a transmissão. Fios, cabos, transmissores, links, microfones, rádios de retorno, enfim, todo tipo de material que se pode imaginar. Assim como eles, os repórteres também já vão se dirigindo para o local da partida.



COMUNICADORES: André Luiz Cabral e Aroldo Costa aguardam o início da transmissão na cabine


Com a equipe técnica já no estádio começa a montagem da estrutura. Primeiro na cabine onde ficam o locutor, os comentaristas, o repórter web e o técnico que comanda a transmissão de externas. Entre os equipamentos: duas maletas de transmissão, quatro microfones, régua de áudio, quatro rádios de retorno, um link de transmissão, entre outras coisas. Tudo isso devidamente conectado, testado e aprovado rapidinho. Graças à prática dos técnicos de áudio a instalação não demora muito.



TÉCNICO: Aldir Interaminense testa os equipamentos da cabine


Então vem a preparação da sala de imprensa, onde ocorrem as famosas “entrevistas vestiárias” ou simplesmente “coletivas”, após a partida. É nesse espaço aonde vão o técnico e os jogadores após o jogo para comentar a vitória ou derrota de seu time.


Técnicos: Augusto Oliveira e José Carlos Araújo preparam equipamento das coletivas

Neste caso o time da casa tem o espaço reservado para receber a imprensa. Enquanto o time visitante dá sua entrevista coletiva em outro espaço, mas o trabalho de montagem é semelhante para as duas situações: maleta de transmissão, microfones, receptores, e cabos... Muitos e longos, para garantir a mobilidade do repórter que comanda o microfone. Cada “vestiária” é comandada por um repórter, acompanhado de um técnico de áudio. Até aí já se podem contar nove profissionais envolvidos no trabalho: cinco pessoas na cabine, mais dois repórteres e dois técnicos divididos entre cada “vestiária”.



SALA DE IMPRENSA da Ilha do Retiro

Dentro de campo não é diferente, temos mais um repórter e outro técnico que fecham o time, somando 11 profissionais atuando na transmissão de um clássico como esse. É o time da imprensa que entra em campo!

Durante a partida, ao menos dois dos repórteres ficam ali na pontinha do gramado, de olho em cada lance, em cada movimento ou expressão dos técnicos e do banco de cada time. Qualquer movimentação gera notícia e é comentada no ar, na hora!



REPÓRTERES: José Silvério em uma noite de partida no Arruda


Ao longo do jogo, as equipes da cabine, de campo, e do estúdio da Rádio Jornal entram em ação ao mesmo tempo. É do estúdio que vêm, por exemplo, as informações de jogos realizados no interior do Estado e pelo Brasil.

Aí vem um primeiro tempo, um intervalo recheado de comentários e análises do desempenho dos times em campo, segundo tempo, acréscimos, então o juiz aponta o centro do campo e fim de jogo! Certo? Errado! Aí é que começa o desdobramento da partida. Vem então mais umas duas horas de futebol no ar.

Aos poucos os torcedores vão deixando as arquibancadas e o campo vai ficando vazio, mas não os corredores da imprensa. O “Time da Transmissão”, que já havia chegado ao estádio quatro horas antes de começar o jogo, agora só deve sair duas horas depois da disputa encerrada. Afinal, o torcedor que está em casa precisa ouvir as entrevistas coletivas, as exclusivas, os comentários, as análises de cada equipe e os resultados pelo Estado e pelo País. “Nós abrimos e fechamos o estádio”, resume o técnico de transmissão de externa das Rádios Jornal e JC-CBN, Aldir Interaminense.



Augusto Oliveira e Aldir Interaminense recolhem parte dos equipamentos após o jogo

Nesse momento, de um lado do rádio o ouvinte vai recebendo as informações que precisa para formar sua opinião sobre a rodada completa. Do outro lado, o comentarista já solitário, num estádio vazio ao cair da noite, se comunica via link com o âncora do estúdio e os colegas de trabalho, cada um no seu lado da linha.



Maciel Júnior nos comentários após o jogo

Parece muita coisa, não é mesmo? E nesse grupo ainda nem foram contados todos os técnicos de áudio e os comunicadores que estão nos estúdios da Rádio Jornal, nem a equipe que viajou para Caruaru para transmitir Central e Náutico nesse mesmo dia. E lá se vão pelo menos mais outras dez pessoas “em campo” nesse time da comunicação.

No final das contas, para uma partida com cerca de 90 minutos, foram dedicadas cerca de oito horas de trabalho. Pode parece puxado. E é puxado mesmo. Mas quem disse que nós não gostamos de tudo isso? É nisso que dá ser apaixonado por futebol, por jornalismo, e, especialmente, por Rádio! É essa paixão que, junto com toda a dedicação dos profissionais que trabalham do lado oposto da torcida, faz o Brasil ser o país do futebol e os torcedores serem sempre os ouvintes mais fiéis.