Seminário debate a exclusão social como fator de risco a violência juvenil - O que fazer?

Da Rádio Jornal
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Publicado em 24/05/2012 às 14:12

Esta quinta-feira (24) de debates no terceiro e último dia do Seminário Direitos em Pauta, que acontece em Brasília desde a última terça-feira (22), foi marcada pelo tema Exclusão Social como fator de risco a violência juvenil. Estiveram presentes nesse primeiro painel do dia os especialistas Maria de Salete Silva, Coordenadora do Programa de Educação do Unicef Brasil; Raquel Willadino, do Observatório de Favelas; Renato Roseno, que é advogado e consultor em Direitos Humanos e contou com a relatoria de Marta Avancini, Jornalista Amiga da Criança.

Com uma abordagem a partir do ponto de vista da necessidade de garantir o acesso aos direitos básicos da criança e do adolescente, os especialistas apontaram a importância do acesso à educação, através da garantia do acesso, permanência, aprendizagem e conclusão na idade certa para todos, e os desafios desse campo nas unidades de atendimento socioeducativo; a problemática dos homicídios na adolescência e os fatores que contribuem para essa realidade como a raça e a classe social; e por fim o advogado Renato Roseno falou sobre a força de determinadas e como esses rótulos contribuem para a perpetuação da forma como os adolescentes em conflito com a lei são vistos por si mesmos e pela sociedade.

Para Renato é necessário desnaturalizar certas expressões, como é o caso do binômio: incluído x excluído. Não há como não estar NA sociedade. “Que sociedade é essa da qual ele está excluído? Ele É a sociedade também”, questiona. Outra denominação questionada pelo consultor foi inclusive o próprio nome “Centro de TRIAGEM”, como muitos Estados denominam.

Diante dessa análise das denominações que se tornaram naturais na sociedade e que de certa forma são perpetuadas pela imprensa de má qualidade, Renato ressaltou que o extermínio não é só físico, é também simbólico. Antes de ser físico ele é simbólico. Há uma interpretação social que é incorporada à mentalidade do Adolescente em conflito com a lei. “Disseram coisas a ele e o fizeram acreditar, como é o caso da frase ‘para mim não tem mais jeito’”, explica Renato. Como é o caso do jovem que olha para si mesmo e diz: “Para mim não tem mais jeito”. Ouça a entrevista abaixo e assista o vídeo com um trecho do posicionamento de Renato: