Mãe denuncia rapto de crianças por pai, em visita autorizada judicialmente, no Recife

Da Rádio Jornal
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Publicado em 21/11/2012 às 12:19
Do NE10 A dona de casa recifense Juliana Accioly Magalhães, 34 anos, mãe de Yohan e Yan, de 6 e 5 anos, respectivamente, está há 11 dias sem ver as crianças. Mas lembra bem o último abraço que deu nos filhos, no último dia 10, antes de serem levados pelo pai para passear. "Os dois saíram só com a roupa com que estavam e um chinelinho. E não voltaram", relata ao NE10, em tom emocionado. Juliana acusa o pai das crianças, o oficial de justiça da Paraíba Antônio Augusto de Brito Guerra Galvão, 35, pelo rapto dos dois. De acordo com ela, o pai pegou Yohan e Yan no último dia 10, em casa, no bairro de Setúbal, na Zona Sul do Recife, em visita autorizada judicialmente. Depois da separação, há cerca de seis anos, quando a mãe ainda estava grávida do filho mais novo, Antônio ganhou direito de ver os filhos a cada duas semanas. O problema, desta vez, diz a mãe, é que não os trouxe de volta. Os pais de Antônio também vivem em Setúbal, mas já não falam com ele há mais de um mês. Depois de prestar queixa na Delegacia de Boa Viagem e na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), além do cumprimento de dois mandados de busca e apreensão sem sucesso para encontrar as crianças, a mãe está à procura dos garotos por conta própria, em João Pessoa, onde Antônio morava. "Tenho dois endereços dele e não encontrei em nenhum. Também liguei para o trabalho dele logo nos primeiros dias que não consegui contato e descobri que abandonou o serviço desde agosto", conta. Juliana entrega panfletos com fotos dos filhos e do pai das crianças pelas ruas da capital paraibana e informações para contato. Foi um desses que apontou uma pista à família. A vendedora de um mercado no bairro de Intermares telefonou para a mãe dos garotos afirmando que os viu fazendo compras com o pai. Ela chegou a levar a polícia ao local, mas os três já haviam saído. A família já solicitou à Justiça que entregue ofícios aos departamentos de trânsito de Pernambuco e da Paraíba, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das companhias aéreas, para que o pai não possa fugir com os garotos. "Já tomamos todas as providências cabíveis. Só nos resta agora procurá-los", afirma o avô de Yohan e Yan, o advogado Rivaldo Magalhães. De acordo com Juliana, a burocracia nas buscas pelos filhos só aumenta a angústia. "Tenho medo que, com o passar do tempo, ele se esconda ainda mais. Por ser pai dos meninos, não está proibido de viajar para outros estados, por exemplo", lamenta. Juliana afirma que o ex-marido, com quem foi casada por cerca de dois anos, tem problemas psicológicos, embora nunca tenha procurado tratamento. "Não posso afirmar com base em algum laudo oficial, mas tenho certeza que tem alguma doença porque sempre tem problemas no trabalho e notei que tem mania de perseguição. O que me acalma é que ele nunca foi violento, nem comigo nem com os meninos, e ama muito os filhos", diz. A mãe não sabe mais como procurar Antônio, que não fala com os pais há 45 dias, desligou os celulares e não responde e-mails e até já foi afastado do trabalho, tendo o salário bloqueado. Consequentemente, a pensão alimentícia, que era descontada em folha de pagamento, já não chega à conta de Juliana. "Como ele (o pai) não queria que as crianças ficassem sozinhas comigo ou com a avó, minha filha não trabalhava para cuidar delas", diz Rivaldo Magalhães. Se o pai aparecer com Yohan e Yan, possivelmente não será punido. Muitas vezes a fuga não é considerada um crime, apenas a desobediência à ordem judicial de visitá-los apenas uma vez a cada duas semanas. A orientação para quem vir Antônio e os meninos é denunciar à polícia através do 190.