Foto: Wagner Sarmento/JC
Um forte esquema policial foi montado para trazer Edmacy Cruz Ubirajara do município de Águas Belas, para o Recife, a 300 quilômetros da cidade. Ele é o
principal suspeito de assassinar o promotor Thiago Farias, em Itaíba. Na saída da delegacia e sob os olhares dos Policiais Militares da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga negou o crime.
Antes de ser encaminhado ao Centro de Triagem e Observação Criminológica (Cotel), o agricultor foi submetido a exames no DHPP, no bairro da Imbiribeira. A polícia tenta confirmar a presença de resíduos de pólvora nas mãos já que ele teria sido o autor dos disparos. Já no IML, em Santo Amaro, os procedimentos adotados foram os mesmos para os casos de prisão determinada pela justiça.
O acusado de assassinar o promotor Thiago Faria teve que ser levado ao hospital por conta da pressão alta. Na rápida conversa com os jornalistas, na hora da chegada ao DHPP, Edmacy Cruz Ubirajara repete o discurso:
Carro do promotor foi atingido por cerca de vinte disparos
Foto: Divulgação
Edmacy foi preso na noite da terça-feira (15) e acabou sendo reconhecido pela noiva da vítima a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins. Ela e um tio escaparam dos vinte tiros que foram disparados contra o veículo em plena rodovia estadual no limite entre Itaiba e Águas Belas.
O suspeito tem uma extensa ficha criminal, com acusações ligadas a roubo e "pistolagem". A justiça já havia expedido dois mandados de prisão em 1996 e em 200, mas ele não chegou a ser preso;
Por conta do assassinato do promotor, o suspeito deve passar 30 dias cumprindo uma prisão temporária. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como suposto mandante do crime também é outro com uma longa ficha criminal.
O advogado Leandro Ubirajara é filho de Zé Maria de Mané Pedo e garante que a família também é vitima:
Os familiares de Edmacy argumentam que a policia deve investigar outras possibilidades. Entre as quais, um relacionamento amoroso anterior da advogada Mysheva Freire Ferrão Martins e o julgamento de Gilberto Martins, acusado de homicídio e que teria ligações com a família da noiva do promotor.
Questionada pela imprensa, solange pereira, mulher de Edmacy Cruz diz que quem não deve não teme:
O irmão de Edmacy esteve na delegacia de Águas Belas para obter informações sobre a investigação. Carlos Ubirajara afirma que seu irmão está sendo condenado sem o direito constitucional de defesa:
ENTENDA O CASO - José Maria Pedro Rosendo Barbosa, conhecido como Zé Maria de Mané Pedo, de 52 anos, é o suposto mandante do assassinato, segundo a linha de investigação da polícia. O ex-posseiro da Fazenda Nova, em Águas Belas, não aceitou deixar o terreno arrematado por um leilão pela noiva do promotor. No espaço fica uma fonte de água mineral, capaz de gerar negócios no valor de R$ 1,5 milhão.
Fazendeiro, suposto mandante do crime, está foragido
Foto: Reprodução/ SDS
Thiago Faria Soares foi assassinado na manhã da segunda-feira (14) numa emboscada quando iria para o fórum de Itaiba, no Agreste. A policia apurou ainda que a vítima fez uma denúncia de crime ambiental, inclusive com fotos contra José Maria Pedro Rosendo Barbosa.
Além disso tramita na justiça o pedido de destituir o responsável pelo inventário da Fazenda Nova, Carlos Ubirajara, parente da mulher do acusado. Para a polícia, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, cunhado do ex-posseiro, teria sido o autor dos disparos de espingarda calibre doze.
Existe ainda a possibilidade de um terceiro homem no crime seria o motorista do veículo um Celta prata e não um uno preto, como foi divulgado anteriormente. Duas testemunhas foram fundamentais para a investigação: um leiteiro que passava na PE 300 na hora do crime e um homem que viu José Maria Pedro Rosendo Barbosa, Zé Maria de Mané Pedo encomendar a morte do promotor.
Oswaldo Morais, chefe da polícia civil detalha as divergências entre o acusado de ser o mandante e a vítima que era conhecida pelos "concurseiros":
Para o procurador geral de justiça a morte de Thiago Faria é uma afronta ao estado democrático de direito. O Ministério Público Estadual continua recebendo mensagens de pesar pela morte do promotor de Itaíba.
O representante do ministério alegou que não podia atuar em 16 processos na comarca por conta da relação com a família da noiva. Aguinaldo Fenelon, chefe do órgão, afirma que a justiça precisa ser mais ágil a fim de evitar derramamento de sangue: