Houldine Nascimento e
Túlio Vasconcelos
Da Rádio Jornal
Na terceira e última reportagem da série
Cinema Pernambucano: uma história de ousadia, o assunto é o futuro dos trabalhadores do setor, que têm de enfrentar a informalidade, mesmo com a boa repercussão do cinema local.
Dirigido por Cláudio Assis, Febre do Rato é um dos sucessos de crítica do cinema local. Foto: Divulgação / Imovision
Pernambuco é um dos estados que mais produzem filmes no Brasil. Uma prova dessa intensa produção é a quantidade de festivais que acontecem por aqui, como o Cine PE e o Janela Internacional de Cinema do Recife.
[Ouça a terceira matéria especial]
Em um ano de grande importância para a produção local, o cinema pernambucano ganha cada vez mais destaque nos festivais nacionais e internacionais.
Mas é possível viver do audiovisual? O coordenador do curso de Cinema da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rodrigo Carreiro, garante que sim, apesar da grande informalidade no mercado e as dificuldades de encontrar um trabalho com carteira assinada.
Cineastas de Pernambuco em protesto durante Cine PE de 2011. Foto: Reprodução / Site Pipoca Moderna
Sem bacharelado em Cinema, a maioria desses diretores foi esculpida pela cinefilia e por cineblubes. Alguns deles têm formação autodidata. Outros são oriundos de cursos de Comunicação. Formado em jornalismo, o diretor Marcelo Pedroso destaca a atuação dos cineclubes.
Se a primeira geração dos criadores é formada em Jornalismo, hoje há cursos de Cinema na UFPE e em instituições privadas. Tudo isso é reflexo da produção regional. Paulo cunha, professor do curso de Cinema da UFPE, afirma que o setor tem um mercado crescente no estado.
Professor Paulo Cunha destaca crescimento do setor em Pernambuco, mesmo com informalidade no mercado. Foto: Reprodução /Internet
A categoria negocia atualmente com o governo direcionamento do curso técnico de Cinema, de forma que atenda as leis de mercado. O governo estadual também prometeu avançar em outras áreas da cadeia do audiovisual. Entre elas, estão a fundação de escolas técnicas para a formação de mão obra e a compra de espaços nos cinemas comerciais.
Essa é a profissão que Edmilson Madureira escolheu. Estudante do 4º período de Cinema na UFPE, ele já faz planos. Como é comum no Brasil, o cinema pernambucano teve de ser descoberto primeiro lá fora, para então ganhar atenção aqui.
Paulo Caldas pontua qualidade da produção local. Foto: Roberto Guerra / Cineclick Uol
Felipe Calheiros, diretor de Acerca da cana, atenta para o desafio de aproximar os filmes do público local. O cineasta Paulo Caldas, de sucessos como Baile Perfumado e Deserto Feliz, afirma que as produções feitas em Pernambuco não devem nada às demais cinematografias.
A série de reportagens contou com os trabalhos técnicos de Tony Vasconcelos.
Confira as duas primeiras matérias:
>> Bom momento da sétima arte local é fruto da independência narrativa dos realizadores
>> Presença de incentivos e financiamentos estatais contribui para boa fase do cinema local